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Análise Crítica do Filme Copper 1X01 Surviving Death: Vale a Pena Assistir?

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A BBC America, que até então funcionava apenas como uma extensão da BBC britânica nos Estados Unidos, está agora dando seus primeiros passos em um novo terreno com sua produção original chamada Copper, que estreou no último domingo.

Quando pensamos na marca BBC, geralmente associamos a conteúdos de alta qualidade, como a recente e aclamada série Sherlock, a clássica e atemporal Doctor Who com seus spin-offs, além de comédias britânicas consagradas como Yes, Minister e Fawlty Towers, entre outras produções memoráveis.

Diante dessa reputação, era esperado que a estreia da BBC America no mercado americano apresentasse algo impecável. Contudo, o episódio inicial de Copper, o primeiro de dez, acaba decepcionando.

Antes de apontar os aspectos negativos, é importante reconhecer o que a série faz bem. Um dos pontos fortes é a impressionante ambientação histórica. Ambientada na Nova York de 1864, durante a Guerra Civil americana e logo após os chamados “draft riots” — violentos distúrbios motivados pela libertação dos escravos pelo presidente Lincoln, que geraram conflito com imigrantes irlandeses do bairro Five Points, que temiam perder espaço para os afro-americanos recém-libertados. Quem conhece o filme Gangues de Nova York, dirigido por Scorsese em 2002, sabe que a série se passa exatamente nessa região e época.

A produção capricha na recriação dos cenários e figurinos, retratando Five Points como um local caótico e apertado, semelhante a uma favela. Os showrunners Tom Fontana (de Os Bórgias) e Will Rokos (de Southland) conseguem transmitir muito bem a sensação de claustrofobia e perigo constantes, além da tensão que permeia o ambiente. Os trajes, fiéis aos detalhes da época, incluindo as características barbas dos personagens, são usados com realismo — sujos e amassados, mesmo nos figurinos da elite.

No centro da narrativa está o detetive Kevin Corcoran (interpretado por Tom Weston-Jones), um imigrante irlandês e veterano de guerra que tenta impor a ordem na região através de métodos nada ortodoxos — muitas vezes agindo primeiro e perguntando depois. Embora a trama tenha a estrutura tradicional de “polícia e criminosos”, o contexto histórico e o estilo do protagonista tornam a história mais atraente. O ponto de partida dramático é o assassinato de uma menina ligada, ainda que de forma tênue, a Corcoran. A série mostra de maneira simplificada o início das técnicas de investigação criminal, além de apostar em personagens ousados. Por exemplo, o próprio Corcoran é um personagem difícil de simpatizar à primeira vista, não só pela sua caracterização, mas também pela forma como é apresentado — em meio a um assalto a banco. O médico legista não oficial, Dr. Matthew Freeman (Ato Essandoh), que atende Corcoran com relutância, também mantém uma distância do público.

Entretanto, passado o impacto inicial da cena do assalto, a falta de expressividade de Tom Weston-Jones torna-se um problema. Sua postura rígida e impassível em diversas situações pode indicar que ele não é o ator ideal para o papel, o que pode comprometer a série caso não haja evolução. Isso também acontece com os assistentes de Corcoran, que parecem ser quase uma única entidade dividida em dois, dificultando a diferenciação dos personagens apesar das diferenças físicas.

O problema talvez não seja apenas o ator, mas a quantidade de características atribuídas a Corcoran. Além de ser veterano de guerra e irlandês, o detetive utiliza técnicas não oficiais e se assume como autor dessas práticas, foi um pugilista renomado, perdeu a esposa que desapareceu e teve uma filha pequena que faleceu. Tudo isso é lançado ao espectador em cerca de 45 minutos, junto com a trama do assassinato que coloca em choque a aristocracia da Quinta Avenida e a classe trabalhadora do bairro pobre de Five Points.

O excesso de informações por minuto e a preferência por cenas de ação e clichês típicos de séries policiais modernas impedem o aprofundamento dos personagens e da história, que acaba focada demais em um único evento e em uma resolução um tanto simplista e pouco crível.

Apesar de Copper não atingir o nível de séries como Deadwood em seu episódio de estreia, a produção tem potencial. A BBC America optou por desenvolver a temporada como um arco contínuo, em vez de episódios com casos isolados, o que pode evitar repetições cansativas e permitir um melhor desenvolvimento da trama iniciada no primeiro episódio, abordando temas instigantes como imigração, tensão social e intolerância.

Resta aguardar para ver como a série evoluirá.

Copper: Episódio 1 – Surviving Death (Estados Unidos, 2012)
Direção: Jeff Woolnough
Roteiro: Tom Fontana, Will Rokos, Kyle Bradstreet, Kevin Deiboldt
Elenco: Tom Weston-Jones, Kevin Ryan, Ato Essandoh, Frank Potente, Kiara Glasco, Anastasia Griffith, Kyle Schmid, Dylan Taylor, Lachlan Murdoch, Tessa Thompson, entre outros.

Perguntas Frequentes:
1. O que é a série Copper e qual é o seu diferencial em relação a outras produções da BBC America?
Copper é a primeira produção original da BBC America, ambientada na Nova York de 1864 durante a Guerra Civil americana. Seu diferencial está na impressionante ambientação histórica do bairro Five Points e na trama que combina elementos de séries policiais com um contexto social e histórico complexo, explorando temas como imigração, tensão social e intolerância.

2. Quais são os pontos positivos e negativos do episódio inicial de Copper?
Os pontos positivos incluem a rica ambientação histórica, a recriação detalhada dos cenários e figurinos da época, além da atmosfera de perigo e claustrofobia transmitida pela produção. Entre os negativos, destacam-se a falta de expressividade do protagonista Tom Weston-Jones, a quantidade excessiva de informações apresentadas rapidamente e o uso de clichês típicos de séries policiais, o que prejudica o aprofundamento dos personagens e da trama.

3. A série Copper tem potencial para evoluir nas próximas temporadas?
Sim, apesar das críticas ao primeiro episódio, Copper tem potencial, especialmente porque a BBC America optou por desenvolver a temporada como um arco contínuo, permitindo um melhor desenvolvimento da trama e dos personagens. Isso pode evitar repetições e aprofundar os temas sociais e históricos abordados, tornando a série mais interessante com o passar dos episódios.

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