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Análise Crítica do Filme Critica 007 Contra Octopussy: Vale a Pena Assistir?

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O décimo terceiro filme da franquia 007 e o sexto com Roger Moore no papel do agente secreto — ou penúltimo, para aqueles que, como eu, nunca se sentiram à vontade com o ator na pele de Bond e já contavam os dias para sua despedida — mereceria cinco estrelas apenas por realizar algo que muitos fãs sempre desejaram, mas tiveram receio: vestir o personagem conforme sua essência, como mostra a imagem acima. A interpretação irônica e cômica de Moore pode ter conquistado uma parcela do público, mas também gerou certa antipatia em relação ao seu trabalho.

007 Contra Octopussy é o segundo filme consecutivo da série dirigido por John Glen, que antes atuava como editor e diretor de segunda unidade da franquia. Em 007 – Somente Para Seus Olhos, Glen buscou resgatar um pouco da seriedade do personagem, apesar dos esforços de Moore para manter o tom mais leve, conseguindo um resultado razoavelmente satisfatório. Nesta segunda tentativa, Glen manteve seu espírito combativo, mas acabou cedendo a exageros e, em certos momentos, a um verdadeiro teatro mambembe, o que impede que o filme seja memorável — a não ser que se considere memorável no sentido negativo, como a imagem de palhaço que escolhi para ilustrar.

Embora Richard Maibaum estivesse novamente à frente do roteiro, a história se mostra confusa, e a edição de Peter Davies e Henry Richardson, sob a direção de Glen, é fragmentada e hesitante, dificultando a compreensão dos eventos. Basicamente, o enredo gira em torno do contrabando de ovos Fabergé e outras joias da União Soviética para Octopussy (interpretada por Maud Adams, que retorna à série após sua participação em 007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro), uma bela mulher que vive numa ilha na Índia onde apenas outras mulheres bonitas são admitidas — e treinadas em artes marciais. Curiosamente, Octopussy parece não perceber as maquinações de seu sócio Kamal Khan (Louis Jordan), que colabora com um general russo psicótico (General Orlov, vivido por Steven Berkoff) em um plano para destruir a OTAN. É difícil distinguir onde termina o enredo do contrabando e onde começa a trama envolvendo a explosão de uma bomba atômica em uma base americana em Berlim. Em meio a esse emaranhado, os acontecimentos se sucedem, e o espectador se esforça para acompanhar.

Porém, a confusão do roteiro e a edição problemática não são os maiores problemas do filme. Roger Moore, além de adotar um tom blasé e forçar o humor, já estava visivelmente envelhecido para o papel. Na época do lançamento, ele tinha 54 anos. Para comparação, quando Sean Connery retornou como Bond em 007 – Os Diamantes São Eternos, tinha 41 anos e mesmo assim já aparentava estar envelhecido. Assim, o charme que poderia surgir em meio às brincadeiras de Moore se perde diante do cabelo excessivamente arrumado, quase parecendo uma peruca, das rugas evidentes e da silhueta que não combina com o agente secreto.

Mesmo a idade avançada de Moore, o roteiro fraco e a edição mal executada poderiam ser tolerados se Glen não tivesse se rendido ao humor pastelão, especialmente em duas cenas que ficam tristemente marcadas. Na primeira, Bond invade a ilha de Octopussy disfarçado de crocodilo, uma situação que provoca risadas inevitáveis. Se o espectador resistir a rir aí, certamente vai revirar os olhos e ficar irritado quando, em meio a uma fuga pela selva, Bond salta de cipó em cipó soltando um grito à la Tarzan, reproduzindo o clássico som eternizado por Johnny Weissmuller (que pode ser ouvido neste link). Nesse momento, fica claro que o filme se transformou em uma paródia.

Os problemas continuam no clímax, quando Bond surge vestido de palhaço — ou seria um palhaço fantasiado de Bond? — em uma cena que mais lembra um espetáculo circense, com roupas de gorila, homem-bala, elefantes, lançadores de facas e uma bomba desarmada no último segundo de maneira ridícula, mas sem causar a menor tensão, emoção ou diversão. Sem falar no absurdo balão decorado com a Union Jack pilotado por Q (Desmond Llewelyn).

Apesar das críticas, 007 Contra Octopussy teve desempenho razoável nas bilheterias — um pouco abaixo do filme anterior e ligeiramente superior ao lançamento concorrente com Sean Connery naquele mesmo ano — garantindo a produção de mais uma sequência, a última com Roger Moore como James Bond.

007 Contra Octopussy (Octopussy, Reino Unido, 1983)
Direção: John Glen
Roteiro: Richard Maibaum, Michael G. Wilson, George MacDonald Fraser
Elenco: Roger Moore, Maud Adams, Louis Jourdan, Kristina Wayborn, Kabir Bedi, Steven Berkoff, David Meyer, Tony Meyer, Desmond Llewelyn, Robert Brown, Lois Maxwell, Michaela Clavell, Walter Gotell, Vijay Amritraj, Albert Moses, Geoffrey Keen, Douglas Wilmer, Andy Bradford
Duração: 131 minutos

Sou fã de personagens icônicos e já aprendi a fazer cara fechada com Marion Cobretti, escapar de enrascadas como John Matrix e me encantei por Stephanie Zinone, apesar da concorrência de Emmeline Lestrange e Lisa. Comecei a lutar inspirado em Daniel-San e a pilotar aviões de ponta-cabeça com Maverick. Já viajei no tempo para proteger Sarah Connor, cuido do Gizmo antes da meia-noite e, de vez em quando, enfrento demônios no Bairro Proibido. Fui policial, blade runner, assassino e, às vezes, volto à ativa com um “yippe ki-yay m@th&rf%ck&r”, pegando a Ferrari do pai do Cameron ou o V8 Interceptor do Mad Max para dar uma volta por Ridgemont High com Jessica Rabbit.

Perguntas Frequentes:
1. Qual é a principal crítica ao desempenho de Roger Moore em 007 Contra Octopussy?
R: A principal crítica é que Roger Moore já estava visivelmente envelhecido para o papel de James Bond aos 54 anos, o que, junto com seu tom blasé e o humor forçado, prejudica o charme do personagem no filme.

2. Como o diretor John Glen influenciou o tom do filme 007 Contra Octopussy?
R: John Glen tentou manter um espírito mais sério após seu trabalho em 007 – Somente Para Seus Olhos, mas acabou cedendo a exageros e ao humor pastelão, o que resultou em cenas que parecem mais uma paródia ou espetáculo circense, prejudicando a seriedade e a qualidade do filme.

3. Qual é o enredo principal de 007 Contra Octopussy e quais são suas dificuldades de compreensão?
R: O enredo gira em torno do contrabando de ovos Fabergé e joias da União Soviética para Octopussy e um plano para destruir a OTAN com uma bomba atômica em Berlim. No entanto, a história é confusa e a edição fragmentada, dificultando para o espectador distinguir e acompanhar as diferentes tramas.

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