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Análise Crítica do Filme Critica Avengers Arena 1 A 3 Marvel Now: Vale a Pena Assistir?

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Avengers Arena não disfarça sua proposta. Na verdade, a Marvel aposta justamente nisso, e fica claro antes mesmo de abrirmos os três primeiros números, cujas capas são “homenagens” a obras como Batalha Real, O Senhor das Moscas e Jogos Vorazes. O ponto em comum dessas histórias? Jovens isolados em um espaço, sendo forçados a lutar até a morte.

Para desenvolver essa trama, Dennis Hopeless — cujo sobrenome já sugere o tom desesperançoso da narrativa — resgata um vilão clássico dos X-Men, o Arcade. Ele cria mais um de seus planos maquiavélicos, escolhendo 16 jovens heróis do universo Marvel para confiná-los em Murderworld, um ambiente fechado que lembra muito o cenário de Jogos Vorazes, onde os adolescentes são obrigados a se enfrentar até a morte. Porém, ao contrário do que o título pode indicar, nem todos são membros dos Vingadores. O grupo é formado por jovens da Academia dos Vingadores, dos Fugitivos e outros personagens pouco conhecidos.

Entre eles, apenas Darkhawk, um herói dos anos 70 (que, curiosamente, ainda é adolescente), e X-23, uma espécie de clone feminino do Wolverine, são relativamente conhecidos. Alguns nomes são familiares, outros surpreendem, como Cammi, que auxiliou Drax na série Aniquilação, e Ryker, uma versão feminina adolescente do Deathlok, personagem que sempre foi um dos favoritos do autor.

Cada edição foca em um personagem diferente. No primeiro número, acompanhamos Hazmat no 29º dia de confinamento, enquanto ela foge pela floresta de Murderworld sendo atacada por X-23. A narrativa então recua para mostrar como os jovens foram parar naquela situação, culminando na primeira morte brutal entre eles.

Avengers Arena aposta justamente nas mortes para sustentar sua trama, seguindo a fórmula de livros e filmes que utilizam esse recurso como motor principal da história. Em cada edição, um herói morre — algo que seria aceitável se essas perdas tivessem um propósito narrativo consistente, como acontece nas obras que Hopeless tenta reproduzir.

Não tenho objeções a mortes e ressuscitações nos quadrinhos de super-heróis, desde que sirvam a uma boa história. Exemplos disso são a volta de Bucky e os eventos envolvendo a morte e ressurreição do Capitão América na obra de Ed Brubaker, ou a icônica morte da Fênix na saga da Fênix Negra, de Chris Claremont. São trabalhos impecáveis, mesmo que o leitor já esteja acostumado com essas reviravoltas.

Em Avengers Arena, as mortes são interessantes. A primeira, por exemplo, é um sacrifício heroico que condiz com a faixa etária dos personagens.

Porém, no segundo número, eu esperava que a narrativa começasse a oferecer uma crítica social, e não apenas a reprodução de uma arena sangrenta de gladiadores. Apesar disso, Hopeless escreve outra morte logo no início, que também carrega potencial, pois nasce do medo e do desespero, ainda que possa causar estranhamento. Se a história não explorasse a origem de Ryker — que, aliás, é bastante interessante — não haveria muito mais a destacar.

O arco de Ryker apresenta vários flashbacks, desde seu nascimento até o momento em que é capturada por Arcade. Nesse percurso, a mitologia do Deathlok é habilmente incorporada ao passado da jovem, que teve partes do corpo substituídas por próteses cibernéticas, resultando em uma figura letal, porém visualmente perturbadora. Paralelamente, Cammi é introduzida como alguém que tenta ajudar Ryker a se integrar a um dos grupos fragmentados dos 16 heróis.

Se esquecêssemos o que está em jogo, o segundo número funcionaria como uma boa história de origem, mas o sentimento constante de perigo e a ameaça de mortes sem sentido acompanham o leitor até o final.

No terceiro número, um elemento de mistério é adicionado quando alguns heróis começam a ser atacados por uma figura desconhecida. Cammi investiga e se depara com Darkhawk, inicialmente acreditando que ele é o inimigo, mas logo fica claro que ambos estão do mesmo lado. Juntos, eles buscam desvendar o que está acontecendo. Essa edição é a que menos oferece novidades, focando principalmente no presente, com breves flashbacks da trajetória de Cammi e sua volta à Terra.

Em nenhum momento, Hopeless se esforça para revelar um plano maior por trás dos eventos. A série acaba funcionando como um catálogo dos heróis adolescentes mais obscuros do universo Marvel, algo que poderia ser interessante se não fosse pelas mortes que não impulsionam a narrativa nem servem a um propósito mais amplo.

A insatisfação dos leitores com Avengers Arena tem sido tão grande que até uma petição circula pedindo o cancelamento da revista e a ressurreição automática dos personagens mortos.

Eu não chegaria a tanto, mas temo que o desfecho seja um dos dois: ou os heróis morrerão sem motivo justificado, ou tudo será revertido no fim, como se nada tivesse acontecido. Em qualquer um desses casos, Hopeless mereceria ser mandado para a Zona Negativa. Por outro lado, se ele conseguir surpreender e concluir a história com dignidade, poderemos estar diante de uma obra corajosa e significativa.

E não apenas corajosa, já que a arte de Kev Walker é impecável, caracterizando os jovens com traços distintos e conduzindo as cenas de ação com maestria, demonstrando domínio completo dos enquadramentos.

Não consigo rejeitar Avengers Arena, mas torço para que Hopeless tenha realmente um plano consistente. Agora é esperar, com os dedos cruzados!

Perguntas Frequentes:
1. **Qual é a premissa principal da série Avengers Arena?**
Avengers Arena apresenta 16 jovens heróis do universo Marvel confinados em Murderworld, um ambiente fechado criado pelo vilão Arcade, onde são forçados a lutar até a morte, em uma trama inspirada em obras como Batalha Real, O Senhor das Moscas e Jogos Vorazes.

2. **Quem são os personagens mais conhecidos que participam da história?**
Entre os jovens heróis, os personagens mais conhecidos são Darkhawk, um herói dos anos 70 ainda adolescente, e X-23, uma espécie de clone feminino do Wolverine. Outros personagens incluem Cammi e Ryker, uma versão feminina adolescente do Deathlok.

3. **Como a série trata as mortes dos personagens e qual a reação dos leitores?**
A série aposta nas mortes dos personagens como motor principal da trama, com uma morte em cada edição. No entanto, muitos leitores criticam que essas mortes não têm um propósito narrativo consistente, gerando insatisfação a ponto de uma petição pelo cancelamento da série ter sido criada. O autor espera surpreender e concluir a história com dignidade.

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