Imagem

Análise Crítica do Filme Critica Curtas Live Action Do Oscar 2013: Vale a Pena Assistir?

Home > Filmes > Análise Crítica do Filme Critica Curtas Live Action Do Oscar 2013: Vale a Pena Assistir?

Uma das categorias do Oscar que costuma ser menos acessível para o público brasileiro — e até para espectadores estrangeiros — é a de curtas-metragens live action, ou seja, com atores reais. Apesar disso, esse formato frequentemente traz produções muito interessantes. Na cobertura completa da 85ª edição do Academy Awards, que estamos realizando aqui no Plano Crítico, não poderíamos deixar de destacar essa categoria, que reúne filmes instigantes e que merecem ser assistidos. Para facilitar a leitura, compilamos nossas breves análises dos cinco indicados em um único texto.

**Buzkashi Boys (Afeganistão/EUA – 28 min.)**
Direção: Sam French

O Buzkashi é o esporte nacional do Afeganistão, um país marcado por conflitos intermináveis. Nele, cavaleiros tentam capturar um bode morto e levá-lo a um ponto específico. Embora a prática em si não seja das mais belas, o curta *Buzkashi Boys* vai além do esporte. A história acompanha dois garotos: Rafi (Fawad Mohammadi), que ajuda o pai no ofício de ferreiro e vive em condições precárias, e Ahmad (Jawanmard Paiz), um órfão que sobrevive nas ruas, sonhando em ser cavaleiro de Buzkashi — símbolo de liberdade para ele, em contraste com a tradição familiar que pesa sobre Rafi. O filme é um delicado conto sobre o amadurecimento em meio à pobreza e à guerra.

Filmado em Cabul, uma cidade destruída, mas ainda pulsante, o curta consegue mostrar que, apesar das tragédias que o país enfrenta, a vida cotidiana segue, cheia de esperanças e desejos comuns a qualquer pessoa. A atuação de Fawad Mohammadi é marcante, principalmente pela expressão serena e esperançosa que permanece na memória do espectador muito tempo após o término do filme.

**Nota: 4/5**

**Henry (Canadá – 21 min.)**
Direção: Yan England

Henry (Gérard Poirier) é um senhor no crepúsculo da vida, ex-pianista renomado, casado com Maria (Louise Laprade), uma talentosa violinista italiana. Quando sua esposa desaparece misteriosamente, Henry precisa lidar com essa nova realidade.

Pouco mais do que isso pode ser contado sem revelar o desenlace, que é ao mesmo tempo triste e tocante. A atuação de Poirier é sensível e multifacetada, transmitindo confusão, raiva e momentos de alegria com grande naturalidade. A direção de Yan England mantém o suspense até o fim, usando a câmera de forma eficaz, com foco no rosto do protagonista e movimentos que refletem seu estado emocional. A mensagem do curta é clara: valorize a vida ao máximo, pois no futuro o passado não poderá ser mudado e os arrependimentos serão inevitáveis.

**Nota: 4,5/5**

**Asad (África do Sul/EUA – 18 min.)**
Direção: Bryan Buckley

Em meio ao cenário devastado da Somália, o jovem Asad (Harun Mohammed) luta para sobreviver. Ele sonha em usar suas habilidades náuticas para se juntar aos piratas locais, mas é rejeitado. Seu mentor, um senhor mais velho, tenta afastá-lo desse caminho, ensinando-o a pescar — algo que Asad nunca consegue fazer com sucesso. Além disso, ele ajuda um amigo com dificuldades de locomoção e apoia sua família, que vive na miséria.

Embora tenha uma proposta semelhante a *Buzkashi Boys*, com atores refugiados somalis, *Asad* não consegue comunicar sua mensagem de maneira eficaz. As situações são pouco exploradas e o desfecho soa deslocado, tirando o impacto do filme. Na tentativa de abordar os problemas do país, Bryan Buckley acaba por criar uma narrativa dispersa e sem foco.

**Nota: 2,5/5**

**Death of a Shadow (Bélgica/França – 20 min.)**
Direção: Tom Van Avermaet

A única ficção científica entre os indicados, *Death of a Shadow* tenta ir além, mas acaba não entregando muito. Nathan Rijckx (Matthias Schoenaerts) fotografa as sombras das pessoas no momento da morte para um colecionador, buscando assim se livrar de uma punição e reencontrar o amor de sua vida. Apesar do clima de mistério, o enredo principal fica claro logo no começo, e o restante do curta se torna repetitivo, mostrando Rijckx coletando outras sombras.

Quando ele finalmente tenta resgatar seu prêmio, as coisas dão errado, e ele precisa fazer um sacrifício pelo seu amor. A direção de arte, com uma estética steampunk que lembra Terry Gilliam e *Dark City*, é um ponto alto, mas o roteiro parece construído a partir de uma ideia solta, sem profundidade. O mistério é apenas uma fachada para uma mensagem bastante comum na ficção científica.

**Nota: 2/5**

**Curfew (EUA – 19 min.)**
Direção: Shawn Christensen

O curta começa com uma cena impactante: uma mão ensanguentada se estende para atender um telefone que não para de tocar. Richie (interpretado pelo próprio diretor) acabou de tentar suicídio, mas atende a ligação da irmã, que lhe pede para cuidar da filha dela por uma tarde. Relutante, ele aceita com um simples “ok”. Enfaixa os pulsos e sai para passar o dia com Sophia (Fatima Ptacek). Se os primeiros minutos não capturam sua atenção, dificilmente algo fará.

Richie está sem vontade de viver, mas o tempo com a sobrinha o faz repensar sua atitude. Apesar das regras rígidas impostas pela mãe da menina, ele se dedica a ela com carinho. A narrativa é simples, porém ganha frescor e originalidade com ângulos de câmera inusitados, uma direção de arte sombria que contrasta com o apartamento da irmã, e uma trilha sonora que aumenta o suspense nos momentos certos.

Trágico, cômico e cheio de esperança, *Curfew* é uma pequena joia que merece ser assistida.

**Nota: 5/5**

Perguntas Frequentes:
1. Quais são os temas abordados pelos curtas-metragens indicados ao Oscar na categoria live action da 85ª edição?
Os curtas indicados abordam temas variados como amadurecimento em meio à guerra e pobreza (*Buzkashi Boys*), perda e valorização da vida (*Henry*), sobrevivência e dilemas morais em um país devastado (*Asad*), mistério e sacrifício no gênero ficção científica (*Death of a Shadow*), e superação do desespero com esperança e cuidados familiares (*Curfew*).

2. Qual curta-metragem recebeu a melhor avaliação na crítica do Plano Crítico e por quê?
*Curfew* recebeu a melhor nota, 5/5, por sua narrativa simples, mas impactante, que mistura elementos trágicos, cômicos e esperançosos. A direção de Shawn Christensen, que também atua como protagonista, utiliza ângulos de câmera inusitados, uma direção de arte contrastante e trilha sonora eficaz para envolver o espectador.

3. Por que o curta *Asad* foi considerado o menos eficaz entre os indicados?
Embora trate de temas importantes da Somália, *Asad* foi criticado por sua narrativa dispersa e pouco explorada, com situações que não comunicam a mensagem claramente e um desfecho que parece deslocado, o que diminui o impacto do filme segundo a análise do Plano Crítico.

O que você vai encontrar
  • Nenhum índice disponível.