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Análise Crítica do Filme Critica Dark Souls: Vale a Pena Assistir?

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Um dos maiores desafios ao criar continuações, seja na literatura, no cinema ou nos jogos, é a coragem do autor em apresentar algo que se diferencie da obra original. Muitas vezes, o que recebemos é apenas uma repetição do que já conhecemos. Dark Souls não é exatamente uma sequência direta de Demon’s Souls, mas sim uma “sequência espiritual”: mundos semelhantes, porém com histórias e personagens diferentes. Podemos comparar isso à série Final Fantasy, que mantém uma mecânica e um estilo semelhantes de jogo, mas muda a narrativa a cada título.

Lançado dois anos após Demon’s Souls, Dark Souls já revela suas semelhanças com o antecessor desde os primeiros minutos, mas também traz diferenças importantes. A introdução, por meio de uma cutscene épica, apresenta um pouco da história e mitologia de Lordran, nos guiando em seguida para a primeira área do jogo: o Undead Asylum. Assim como no título anterior, é ali que as mecânicas básicas são apresentadas. Apesar das semelhanças, é possível perceber detalhes que indicam avanços significativos na jogabilidade, notados especialmente ao compararmos os dois jogos. Tudo está mais fluido, desde o travar de alvo até o simples ato de erguer o escudo, com um toque maior de realismo que, para quem jogou o primeiro, sabe que será explorado pelos inimigos.

Não se deixe enganar por esses inimigos aparentemente fracos

A dificuldade característica do antecessor está de volta, algo amplamente divulgado e reforçado até pelo slogan do jogo (“Prepare to Die”), estampado na contracapa. As fases seguem a mesma lógica, projetadas para punir os desavisados e recompensar os jogadores experientes — a clássica mecânica de tentativa e erro está mais presente do que nunca, especialmente agora que a penalidade de perder vida ao morrer foi removida. Porém, assim como em Demon’s Souls, a perda das almas coletadas ao morrer permanece, garantindo que o desafio continue intenso.

A verdadeira dificuldade de Dark Souls se manifesta nos chefes. Enquanto os inimigos comuns ficaram um pouco mais acessíveis em comparação ao jogo anterior, cada chefe, seja pequeno ou colossal, apresenta um desafio evidente. É impossível não destacar os guardiões do reino de Anor Londo, Ornstein e Smough, que protagonizam a batalha mais difícil do jogo. Nessa luta, enfrentamos um gigante armado com um enorme martelo e um cavaleiro dourado empunhando uma lança elétrica. Cada reação, pensamento rápido e estratégia podem significar a diferença entre a vida e a morte.

Assim como no título anterior, cada chefe está integrado de forma orgânica à progressão da história e aos cenários específicos. Em relação ao mundo, Dark Souls apresenta uma grande novidade em comparação a Demon’s Souls: tudo é interligado. Não há um hub separado, como o Nexus, que teleporta o jogador entre as áreas. Cada local possui uma ou mais conexões para outras regiões, permitindo que exploremos o mapa quase livremente — algumas passagens, é claro, exigem chaves. Além disso, quase todas as áreas estão conectadas ao ponto central do jogo, o Firelink Shrine, fazendo com que o mapa funcione de maneira quase circular. Um detalhe impressionante é que, de certas áreas distantes, podemos avistar regiões pelas quais já passamos ou ainda exploraremos. Após algumas horas, fica difícil não memorizar cada caminho trilhado, e Lordran se torna um território familiar. Este é, sem dúvida, um dos trabalhos mais brilhantes em design de cenário já realizados.

A sensação de ancestralidade e mistério em Lordran

À medida que exploramos esse vasto reino e vencemos chefes, fica cada vez mais clara a sensação de que estamos diante de um lugar antigo e cheio de história. Diferentemente da desolada Boletaria, prestes a ruir, Lordran é uma terra que revela sua antiga glória, o que desperta sentimentos de nostalgia e melancolia diante de sua situação atual. Novamente, aprendemos sobre a história através da observação cuidadosa dos ambientes, inimigos, personagens e itens. Nada é entregue de bandeja, e é preciso empenho para entender os detalhes — muitos deles ficam na esfera da especulação, fazendo com que o jogador se sinta parte ativa da narrativa.

O multiplayer, apesar de sofrer com problemas de conexão devido à ausência de servidores dedicados, contribui para aumentar os desafios do jogo e facilita a cooperação entre jogadores. As covenants, introduzidas nesta edição, dão um novo propósito ao jogador, seja para ajudar outros ou impedir a entrada em certas áreas.

Dark Souls representa a evolução natural da FromSoftware, aprimorando praticamente todos os aspectos da jogabilidade de Demon’s Souls e inovando tanto na história quanto na ambientação. É uma prova de que continuações podem ser diferentes do original, ao mesmo tempo em que entretêm e desafiam com a mesma intensidade.

Dark Souls
Desenvolvedora: FromSoftware
Lançamento: 4 de outubro de 2011
Gênero: RPG
Plataforma: PS3

Sobre o autor:
Refugiado de uma galáxia muito, muito distante, cheguei a este planeta por acaso. Minha paixão por cinema me levou ao universo audiovisual, mas minha obsessão pelo entretenimento desta Terra vai além da tela: literatura, séries e games são essenciais nesta longa jornada.

Perguntas Frequentes:
1. Qual é a relação entre Dark Souls e Demon’s Souls?
Dark Souls não é uma sequência direta de Demon’s Souls, mas sim uma “sequência espiritual”. Ambos os jogos compartilham mundos semelhantes e mecânicas de jogo parecidas, porém possuem histórias, personagens e narrativas diferentes.

2. Quais são as principais inovações de Dark Souls em relação a Demon’s Souls?
Dark Souls apresenta uma jogabilidade mais fluida e realista, um mundo interligado sem hubs separados, e um design de cenário considerado brilhante. Além disso, o jogo introduz as covenants no multiplayer, que dão novos propósitos ao jogador. A dificuldade foi ajustada, com inimigos comuns um pouco mais acessíveis, mas chefes desafiadores e integrados à história.

3. Como funciona o sistema de morte e penalidades em Dark Souls?
Ao morrer, o jogador perde as almas coletadas, que funcionam como moeda e experiência, mas não perde vida permanentemente como em Demon’s Souls. Essa mecânica mantém o desafio intenso e reforça a necessidade de cautela e estratégia durante a progressão no jogo.

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