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Análise Crítica do Filme Critica Nova 1 Marvel Now: Vale a Pena Assistir?

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Antes de começar, preciso confessar: sou totalmente fã do personagem Nova e das histórias cósmicas da Marvel. Acompanhei a trajetória de Nova — ou Cabeça de Balde, como os fãs carinhosamente o chamam — desde sua criação em 1976, por Marv Wolfman e Sal Buscema. Embora tenha começado a acompanhar um pouco depois, possuo todas as edições originais em inglês e fiquei muito feliz quando a Marvel ressuscitou Richard Rider em destaque durante a saga Aquilação, e depois em Aniquilação: Conquista. Essas histórias renovaram o interesse pelo herói, resultando em uma nova série solo e na formação dos Guardiões da Galáxia atuais, outro grupo que adoro.

No entanto, o Nova que conheci já não está mais por aí — não vou revelar detalhes para não estragar a surpresa. Mas acredito que, em breve, Rider retornará de alguma forma. O que importa para esta análise — e tentarei controlar meu entusiasmo pelo personagem — é que, dentro do projeto Marvel NOW!, Nova parece ocupar um papel significativo. Um dos principais objetivos dessa iniciativa é aproximar as histórias cósmicas das tramas mais terrestres, criando uma narrativa mais integrada, onde cada universo influencia o outro.

Este primeiro número de Nova é interessante, embora traga uma origem de herói bastante tradicional. Conhecemos Sam Alexander, um adolescente que desconhece o passado cósmico do pai — ou pelo menos o que ele afirma ser. Na verdade, Sam já havia aparecido anteriormente na saga Vingadores vs X-Men (que será lançada no Brasil a partir deste mês), mas sem muita explicação. Sua participação deixou dúvidas e, quando ele surgiu novamente em Marvel Point One enfrentando o Cabeça de Diamante, um vilão clássico do Nova original, essas perguntas só aumentaram.

Sob a direção de Jeph Loeb, as peças desse quebra-cabeças começam a se encaixar. Um detalhe que inicialmente passou despercebido é que o capacete de Sam é preto, diferente do tradicional amarelo usado pela tropa Nova. Esse elemento indica a direção que Loeb quer tomar: um retcon que revela a existência de uma divisão secreta da tropa Nova, a tal “black ops” — daí o capacete escuro. O pai de Sam fazia parte desse grupo. Depois de voltar à Terra para cuidar da família, ele ficou desiludido com a vida comum e, apesar de contar histórias incríveis sobre suas aventuras espaciais para os filhos, Sam acha tudo invenção de um velho alcoólatra que mal consegue manter o emprego de faxineiro na escola da pequena cidade de Carefree, no Arizona — nome que, confesso, provoca risadas.

A única ação presente neste primeiro número está nas histórias que o pai de Sam conta para a irmãzinha dele. Só no último quadro percebemos que Sam será recrutado para essa tropa estelar, o que parece inevitável.

Um ponto difícil de aceitar é o fato de Sam, vivendo no Universo Marvel 616, ter tanta dificuldade em acreditar na existência de criaturas espaciais. Afinal, neste universo há um pedaço de Asgard flutuando sobre Oklahoma, heróis que são deuses, alienígenas e, recentemente, uma invasão Skrull. Mesmo que seja complicado aceitar que seu próprio pai foi um herói, a negação absoluta de Sam o torna um dos personagens mais alienados da Marvel. E não adianta Loeb justificar isso dizendo que Sam mora em uma cidadezinha com pouco mais de 3.000 habitantes — será que ele não tem acesso a jornais ou internet?

Apesar desses pontos, a história de origem, por mais comum que seja, é um retcon bem construído e tranquilo de aceitar. Não chega ao nível do genial retcon criado por Ed Brubaker para trazer Bucky Barnes de volta como Soldado Invernal, mas também não irrita, como algumas alterações no passado do Wolverine. Além disso, Loeb ainda consegue inserir homenagens interessantes à cultura pop dos anos 80, com referências claras a De Volta para o Futuro.

Vale destacar o lado emocional da trama: Loeb perdeu seu filho adolescente, Sam, para o câncer em 2005. Sam Alexander, o novo Nova, é uma homenagem ao seu filho nos quadrinhos. Tenho muito respeito pela coragem do autor em manter essa lembrança tão viva e não consigo imaginar como ele consegue escrever essa história sem se abalar profundamente — talvez, para ele, essa narrativa seja uma forma de manter a sanidade.

A arte de Ed McGuiness é impecável. Ele conduz as páginas com maestria, especialmente nas cenas de ação, e apresenta algumas splash pages impactantes. Logo no início, vemos a tropa Nova black ops em ação durante a libertação de Gamora e Rocket Raccoon, e mais adiante, quando o pai de Sam retorna à Terra. Essas imagens transmitem perfeitamente a sensação de estranhamento e isolamento que sentimos ao acompanhar os heróis espaciais em combate, além de impulsionar o enredo com eficiência.

Nova #1 traz um recomeço promissor para o herói, respeitando as raízes criadas por Wolfman e Buscema e abrindo caminho para um futuro interessante. Quero, sim, o retorno de Richard Rider, mas acredito no trabalho de Loeb e estou disposto a esperar para ver como essa nova fase se desenrola.

Perguntas Frequentes:
1. Quem é o novo personagem que assume o manto de Nova na série atual da Marvel?
– O novo Nova é Sam Alexander, um adolescente que desconhece o passado cósmico de seu pai e que é recrutado para uma divisão secreta da tropa Nova, conhecida como “black ops”.

2. Qual é a importância da homenagem feita por Jeph Loeb na criação do personagem Sam Alexander?
– Sam Alexander é uma homenagem ao filho adolescente de Jeph Loeb, que faleceu em 2005 devido ao câncer. Essa homenagem traz um lado emocional profundo para a narrativa da série.

3. Como a arte de Ed McGuiness contribui para a nova fase da série Nova?
– A arte de Ed McGuiness é destacada pela condução das páginas com maestria, cenas de ação impactantes e splash pages que transmitem a sensação de estranhamento e isolamento dos heróis espaciais, impulsionando o enredo com eficiência.

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