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Análise Crítica do Filme Critica Tudo Bem Quando Termina Bem: Vale a Pena Assistir?

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A classificação literária mais comum coloca Tudo Bem Quando Termina Bem como uma comédia de Shakespeare, embora haja estudiosos que contestem essa definição. Na verdade, a peça pouco tem de cômica. As situações apresentadas se aproximam mais do drama e da tragédia, lidando com temas como luto, doença, desamor, abandono e diversas outras tristezas que permeiam os atos.

A protagonista das adversidades é, mais uma vez, uma mulher. Helena, a jovem que, para a época, consegue um feito raro — escolher seu próprio marido —, acaba sendo rejeitada e desprezada pelo amado. Ele prefere partir para a guerra e perder os favores do rei a aceitar a união com ela. O texto de Shakespeare mostra a trajetória rigorosa de Helena para conquistar seu marido fugitivo, uma jornada que termina com um desfecho que soa artificial e um tipo de conformismo trágico por parte do cínico Bertram.

Apesar da minha forte antipatia pelo texto original, a adaptação de Elijah Moshinsky para a série da BBC conseguiu superar a monotonia da peça, conferindo-lhe uma leveza que não encontrei nas duas leituras que fiz ao longo dos anos.

O diretor conseguiu criar uma caracterização eficaz dos personagens e dos cenários, tanto na França quanto na Itália, usando sutilezas na fotografia, filmagens em ambientes internos e figurinos primorosos, especialmente para a corte francesa. Como a peça se desenrola em pequenos episódios situados em diferentes locais, a adaptação manteve esse formato, utilizando uma edição que sinaliza claramente a transição entre os blocos cênicos. Essa escolha, apesar de simples, não se torna cansativa para o espectador; ao contrário, funciona como um recurso orgânico para navegar entre os múltiplos espaços da narrativa, que é um dos pontos problemáticos do texto original — repleto de cenas e locais que poderiam ser dispensados.

Por outro lado, nem todas as atuações brilham na adaptação. A interpretação mais fraca talvez seja a de Angela Down, que vive Helena. Embora capte a essência da personagem, sua expressão inexpressiva, voz suave e postura submissa podem cansar, refletindo exatamente as características da protagonista na peça. Ainda assim, ela se destaca em momentos dramáticos, especialmente na cena em que conversa com o rei enquanto se recupera de uma doença grave.

Tudo Bem Quando Termina Bem, também conhecido como Bem Está o Que Bem Acaba, é uma dramédia pouco inspirada e considerada uma das piores obras de Shakespeare. A versão dirigida por Moshinsky trouxe mais cor e vitalidade ao texto, tornando-o mais acessível, mas manteve o sabor amargo do original, sobretudo no conflito central: os esforços de Helena para forçar seu marido, que a despreza, a aceitá-la por meio da honra — uma manobra moral questionável. O final, embora pareça feliz, soa improvável, pois alguém tão desprezível e cínico quanto Bertram dificilmente manteria uma postura amorosa e fiel por muito tempo. Esse é um dilema dramático que o texto não resolve satisfatoriamente.

Ficha técnica da adaptação:
Título: Tudo Bem Quando Termina Bem (All’s Well That Ends Well)
Ano: 1981
País: Reino Unido
Direção: Elijah Moshinsky
Roteiro: William Shakespeare
Elenco: Celia Johnson, Ian Charleson, Michael Hordern, Angela Down, Peter Jeffrey, Kevin Stoney, Donald Sinden, Robert Lindsay, Dominic Jephcott, Paul Brooke, Rosemary Leach, Pippa Guard, Joolia Cappleman
Duração: 141 minutos

Sobre o autor:
Sou especialista em Cronoanálise Aplicada e Metanarrativas Interdimensionais, formado em Jadoo de Clio pela Casa Corvinal e com pós-doutorado em Psicohistória Avançada pela Fundação Seldon. Portador do Incal, atuo como historiador-chefe em Astro City, mapeando civilizações críticas. Atualmente, exilado interdimensionalmente, desenvolvo protocolos de resistência psíquica e coordeno operações linguísticas em Torchwood, decifrando sistemas de comunicação audiovisual e pluriliterários. Uso minha TARDIS como base para simulações estratégicas da Agência Alfa, convertendo crises cósmicas em modelos previsíveis segundo a perspectiva Mystère. Também colaboro na transição para Edena com o Dr. Manhattan, alterando o eixo ontológico universal rumo ao encontro definitivo com a Presença.

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Perguntas Frequentes:
1. Por que “Tudo Bem Quando Termina Bem” é classificada como comédia, apesar de seu tom dramático e trágico?
A peça é tradicionalmente classificada como comédia de Shakespeare, porém muitos estudiosos contestam essa definição, já que a obra aborda temas sombrios como luto, doença, desamor e abandono, e apresenta um tom mais próximo do drama e da tragédia do que da comédia.

2. Como a adaptação de Elijah Moshinsky para a BBC melhora a peça original?
A adaptação de 1981 traz leveza e vitalidade ao texto, utilizando fotografia, cenários e figurinos ricos, além de uma edição que facilita a transição entre os diferentes episódios e locais da narrativa, o que ajuda a superar a monotonia e os problemas estruturais do texto original.

3. Qual é a principal crítica à personagem Helena na peça e na adaptação?
Helena é vista como uma protagonista submissa e de postura cansativa, que busca conquistar um marido que a despreza por meio de uma manobra moral questionável. Na adaptação, a atuação de Angela Down reflete essas características, com uma expressão contida e voz suave que podem cansar o espectador, embora ela se destaque em momentos dramáticos importantes.

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