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Análise Crítica do Filme Critica Um Conto Do Destino: Vale a Pena Assistir?

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Baseado no best-seller de Mark Helprin, “Um Conto do Destino” traz, desde o pôster até o slogan “Esta não é uma história real, este é um amor real”, a impressão de um romance tradicional. No entanto, o que o filme realmente apresenta está longe dessa expectativa, não pelo foco em um amor, mas sim pela forte presença de elementos sobrenaturais.

A trama começa com uma cena surpreendente: Peter Lake (Colin Farrell), fugindo de uma gangue rival nas ruas de Nova York, encontra um cavalo branco com um salto extraordinário. Peter, que é um ladrão, acaba invadindo uma casa de classe alta durante a fuga. Lá, ele descobre que não está sozinho e conhece Beverly Penn (Jessica Brown Findlay), uma jovem doente de tuberculose. O romance entre eles surge de forma forçada e acelerada — eles se conhecem em um dia e, no seguinte, Peter já declara seu amor, sem que haja qualquer indicação de passagem de tempo ou desenvolvimento gradual.

Enquanto acompanhamos cenas ambientadas em Nova York no início do século XX, o filme intercala momentos em 2014, mostrando um Peter Lake com a mesma aparência, mas com cabelo mais longo. Essa escolha desperta a curiosidade do espectador sobre o motivo pelo qual o personagem não envelheceu, mas o filme não oferece uma explicação convincente. Muitos dos elementos sobrenaturais introduzidos permanecem vagos e pouco desenvolvidos, dando a impressão de uma adaptação que tenta abarcar o máximo possível do livro original, em vez de adaptar a narrativa para um formato mais coerente e fluido para o cinema.

Ao mesmo tempo em que se desenrola o relacionamento entre Peter e Beverly, Peter é perseguido por Pearly Soames (Russell Crowe) e sua gangue. Logo descobrimos que Pearly é, na verdade, um demônio de alta patente, o que culmina na breve aparição de Lúcifer, interpretado por Will Smith, cuja atuação, porém, não transmite a ameaça esperada, especialmente se comparada à intensidade de Crowe. Esses elementos fantasiosos soam desconexos e pouco integrados à história, parecendo mais um adereço do que uma parte essencial da trama. A fantasia poderia facilmente ser cortada, especialmente porque não acrescenta profundidade nem justifica a perseguição a Peter. Nesse sentido, o filme poderia ter explorado com mais foco o tema da reencarnação, como fez “Drácula de Bram Stoker”, de Coppola.

O roteiro, assim como o romance central, não avança de forma satisfatória, encaixando cenas de maneira artificial e reforçando a sensação de desconexão do filme. As atuações de Colin Farrell e Jessica Brown Findlay ajudam a manter o interesse em vários momentos, mas mesmo eles enfrentam dificuldades devido à fragilidade da narrativa e à inserção de elementos soltos ao longo da história. Isso fica ainda mais evidente nas cenas exageradas que destacam a doença de Beverly, que acabam prejudicando o equilíbrio do filme.

Confuso e forçado, “Um Conto do Destino” tenta unir romance e fantasia, mas não consegue ser eficaz em nenhum dos dois estilos. A obra serve como um exemplo de como adaptações literárias precisam ser repensadas para funcionar no cinema, com alterações que favoreçam a narrativa audiovisual. Em suma, o filme não corresponde ao impacto prometido pelo seu slogan.

**Um Conto do Destino (Winter’s Tale) – EUA, 2014**
Direção: Akiva Goldsman
Roteiro: Akiva Goldsman (baseado no livro de Mark Helprin)
Elenco: Colin Farrell, Jessica Brown Findlay, Russell Crowe, William Hurt, Will Smith, Mckayla Twiggs, Jennifer Connelly
Duração: 118 min

Sou um entusiasta do entretenimento que, vindo de uma galáxia distante, encontrei aqui uma paixão pelo cinema e audiovisual. Minha jornada não se restringe apenas às telonas, abrangendo também literatura, séries e games, que fazem parte dessa longa viagem pelo universo do entretenimento terrestre.

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Perguntas Frequentes:
1. Qual é a principal diferença entre o filme “Um Conto do Destino” e o que o pôster e slogan prometem sobre a história?
R: Embora o pôster e o slogan indiquem um romance tradicional, o filme foca fortemente em elementos sobrenaturais, com uma narrativa que mistura fantasia e romance de maneira confusa e pouco convincente.

2. Por que o personagem Peter Lake não envelhece no filme, e essa questão é explicada?
R: O filme mostra Peter Lake em 2014 com a mesma aparência que no início do século XX, mas não oferece uma explicação clara ou convincente para o fato dele não envelhecer, deixando essa questão vaga e sem desenvolvimento.

3. Como são retratados os elementos fantásticos e sobrenaturais no filme?
R: Os elementos sobrenaturais, como a perseguição de um demônio e a aparição de Lúcifer, são apresentados de forma desconexa e pouco integrada, funcionando mais como adereços do que como partes essenciais da trama, o que prejudica a coesão da história.

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