Um ano depois do lançamento do primeiro jogo da série, em 1988, Final Fantasy II foi criado para aproveitar o sucesso inicial. Este segundo título trouxe uma narrativa mais elaborada e introduziu elementos que se tornariam marcas registradas da franquia, como os chocobos e um personagem chamado Cid.
Vale destacar que, no Ocidente, Final Fantasy II só foi lançado oficialmente em 2003 para o PlayStation. Embora uma versão americana para o NES estivesse em desenvolvimento, ela foi cancelada devido à popularidade do SNES. Para o lançamento fora do Japão, Final Fantasy IV foi renomeado como Final Fantasy II, o que gerou confusão na numeração. Somente na época do PlayStation a sequência original foi mantida internacionalmente. Portanto, esta análise refere-se ao jogo lançado em 1988.
Diferentemente do primeiro título, Final Fantasy II não permite a escolha inicial de classes nem utiliza o sistema de Jobs. Isso ocorre por causa da história mais densa, que apresenta personagens jogáveis com nomes definidos (embora seja possível modificá-los). Além disso, o tradicional sistema de níveis foi substituído por um método em que cada arma e magia possui seu próprio nível, que avança conforme o uso — algo semelhante ao sistema visto em The Elder Scrolls.
Esse novo sistema, contudo, exige ainda mais grind, especialmente para aprimorar magias, já que é necessário utilizá-las repetidamente em combate. Além disso, é comum errar ataques diversas vezes até que a proficiência com uma arma ou magia aumente. A vantagem é a flexibilidade para moldar o personagem da maneira que desejar, já que não há mais amarras a classes específicas.
História e ambientação
Logo no começo, uma cinemática apresenta a trama: o Imperador de Palamecia está conquistando os reinos vizinhos, espalhando monstros por toda parte. Em meio ao caos das guerras, surge um exército rebelde no reino de Fynn. No entanto, as forças imperiais invadem a cidade rebelde, forçando os sobreviventes a buscarem refúgio em Altair.
É nesse contexto que conhecemos os protagonistas Firion, Maria, Guy e Leon. Eles tiveram seus pais mortos pelo exército de Palamecia e, ao fugirem de Fynn, são emboscados por cavaleiros imperiais. Após serem capturados, os quatro são resgatados pelos rebeldes que os levam a Altair, embora Leon não seja encontrado. Na cidade dos refugiados, o grupo conhece a Princesa Hilda, líder da rebelião.
A partir daí, a princesa distribui diversas missões, e aos poucos assumimos um papel central na luta contra o Império. O quarto membro do grupo vai sendo substituído por diferentes personagens que se encaixam na narrativa de forma natural.
Estilo visual e trilha sonora
Com uma atmosfera mais sombria e séria que o título anterior, Final Fantasy II destaca-se pelo tom dramático, reforçado pelas mortes frequentes e pela destruição causada pelo Imperador. Essa sensação é enfatizada pela trilha sonora melancólica.
Nobuo Uematsu retorna com uma composição sonora impecável, superando até mesmo o trabalho do primeiro jogo. As músicas de batalha, o tema dos chocobos e o hino da rebelião, “The Rebel Army”, merecem destaque. Esta última, com uma melodia mais animada, traz uma sensação de esperança em meio ao clima tenso da história.
Jogabilidade e desafios
Embora alguns problemas do primeiro Final Fantasy sejam corrigidos, muitos permanecem. A frequência alta de batalhas e o grande número de inimigos por confronto continuam tornando a exploração das dungeons e do mundo um tanto cansativa. Felizmente, os inimigos estão um pouco mais fracos, o que ajuda a tornar os combates mais dinâmicos. O sistema de fraquezas elementais permanece e é explorado com a introdução de novos monstros.
Desta vez, o jogador tem maior liberdade para explorar quase todo o mapa desde o início, o que traz riscos: se você se aventurar em áreas inadequadas, encontrará inimigos muito mais poderosos e provavelmente será derrotado rapidamente. Portanto, salvar o progresso com frequência é altamente recomendado, pois escapar dessas batalhas difíceis nem sempre é possível.
O sistema de diálogos também recebeu novidades, como a possibilidade de aprender palavras-chave que precisam ser usadas em momentos específicos para avançar nas missões. Além disso, em certos momentos é necessário apresentar itens a personagens para desbloquear novas informações e continuar a história.
Remakes e versões atuais
As versões remasterizadas para PSP, Android e iOS apresentam gráficos mais elaborados, embora ainda em 2D, com as magias sendo os únicos elementos em 3D. Infelizmente, muitas animações de magias são longas demais, tornando as batalhas mais repetitivas. Os controles são simples e funcionam bem em cada plataforma, mas alguns recursos são pouco intuitivos. Por exemplo, no PSP, é possível jogar o game inteiro sem descobrir que é possível abrir o mapa pressionando select + círculo.
Considerações finais
Final Fantasy II é um jogo mais acessível que seu antecessor, mas que ainda exige paciência em certos momentos. Com uma história envolvente (apesar de um final um pouco fraco), personagens cativantes e muitas horas de jogo, ele é uma experiência recomendada para fãs da série e amantes de RPGs em geral.
Informações do jogo:
– Desenvolvedora: Square
– Lançamento: 17 de dezembro de 1988 (Japão), 8 de abril de 2003 (EUA)
– Gênero: RPG por turnos
– Plataformas: NES (somente Japão), WonderSwan Color (somente Japão), PlayStation, GBA, Mobile (somente Japão), PSP, Wii Virtual Console, PSN, iOS, Android
Perguntas Frequentes:
1. Por que Final Fantasy II não utiliza o sistema tradicional de classes e níveis como o primeiro jogo da série?
Final Fantasy II apresenta uma história mais densa com personagens jogáveis com nomes definidos, o que eliminou a escolha inicial de classes. Além disso, o sistema tradicional de níveis foi substituído por um método em que cada arma e magia possui seu próprio nível, que avança conforme o uso, conferindo maior flexibilidade para moldar os personagens.
2. Quando Final Fantasy II foi lançado oficialmente no Ocidente e por que houve confusão na numeração da série?
Final Fantasy II foi lançado oficialmente no Ocidente em 2003 para o PlayStation. Antes disso, uma versão americana para o NES foi cancelada. Para o lançamento fora do Japão, Final Fantasy IV foi renomeado como Final Fantasy II, gerando confusão na numeração. Somente na época do PlayStation a sequência original foi mantida internacionalmente.
3. Quais são as principais novidades na jogabilidade e na narrativa de Final Fantasy II em comparação com o primeiro título?
Final Fantasy II traz uma narrativa mais elaborada e introduz elementos como os chocobos e o personagem Cid. Na jogabilidade, o sistema de níveis foi substituído por um sistema baseado no uso de armas e magias para evolução, além de permitir maior liberdade para explorar o mapa e interagir com personagens por meio de diálogos que requerem palavras-chave e itens específicos para avançar na história.
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