Após três títulos da série com forte influência de ficção científica, sendo dois deles com personagens mais realistas (Final Fantasy VII e VIII), a franquia retorna às suas raízes com Final Fantasy IX. Dessa vez, o jogo traz uma atmosfera mais fantasiosa, com um visual mais cartunesco e uma narrativa aparentemente mais leve.
Na história, controlamos Zidane Tribal, um jovem mulherengo que integra uma trupe de teatro itinerante. A companhia chega à cidade de Alexandria para apresentar a famosa peça “I Want to Be Your Canary”, mas, na verdade, têm um plano secreto: sequestrar a princesa Garnet. Paralelamente, acompanhamos Vivi, um dos personagens mais marcantes da série, um mago negro ingênuo que deseja assistir à peça, mas acaba enganado e compra um ingresso falso. Outra trama acompanha a própria princesa, que deseja fugir do castelo, enquanto o leal cavaleiro Steiner parte em sua busca.
Os icônicos barcos voadores também retornam ao jogo.
Não surpreende que esses personagens acabem se encontrando; durante a explosiva cena final da peça, todos deixam Alexandria e caem na Mist, uma densa neblina que cobre o mundo e esconde monstros perigosos. A partir daí, Garnet, Zidane, Steiner e outros aliados seguem para a cidade de Lindblum. Logo, descobrimos as más intenções da Rainha Brahne de Alexandria e a verdadeira ameaça por trás dela: Kuja.
Um aspecto interessante de Final Fantasy IX é a evolução da narrativa, que começa com um tom leve e fantasioso, mas vai ganhando uma atmosfera mais sombria à medida que a história avança. Os personagens se desenvolvem de forma consistente, mantendo suas características principais — algo especialmente perceptível no caso de Steiner.
O retorno às origens não está apenas no enredo ou no estilo visual — também vemos o retorno das classes clássicas, embora cada personagem tenha uma função fixa. Por exemplo, Zidane é claramente um ladrão, enquanto Vivi é um mago negro. Dentro dessas classes, encontram-se as habilidades tradicionais da série, como “steal” e “summon”.
Uma inovação de Final Fantasy IX é o modo como as habilidades são adquiridas e usadas. Cada habilidade pode ser equipada por meio de um item; ao acumular pontos de habilidade (AP), o personagem aprende a habilidade permanentemente, dispensando o item. Além do ganho de experiência para subir de nível, esse sistema incentiva o jogador a fazer level grinding para aprimorar suas habilidades.
Um dos pontos fortes do jogo é a variedade de missões secundárias. Elas vão desde a entrega de cartas entre moogles (que retornam ao jogo), cuidados com chocobos, até um minigame de cartas que parece complicado no início, mas se torna divertido com a prática. Realizar essas atividades rende diversos itens úteis para a equipe.
Entre todos os jogos da franquia, Final Fantasy IX talvez apresente o elenco jogável mais diverso, com personagens de diferentes raças e personalidades marcantes. Cada um tem um papel importante na história, evitando que pareçam meros coadjuvantes.
No estilo de Final Fantasy VI, o vilão Kuja surge como uma ameaça constante desde sua primeira aparição. Sua semelhança com o protagonista fica mais evidente ao longo da trama. Com traços psicopáticos e narcisistas, Kuja lembra o Imperador de Final Fantasy II em sua personalidade e ações.
O sistema de combate mantém o clássico active time battle dos jogos anteriores. Entretanto, um ponto negativo é o tempo de espera para o início das batalhas, causado pelas transições e movimentos de câmera. Após horas de jogo, isso pode se tornar cansativo e afetar a experiência.
O jogo também conta com active time events, que mostram o que outros personagens estão fazendo simultaneamente às ações do jogador. Isso adiciona um elemento interessante, oferecendo pistas sobre onde encontrar certos itens ou personagens. No entanto, essa funcionalidade é pouco explorada e aparece apenas algumas vezes durante o jogo.
Sendo o último Final Fantasy lançado para o PlayStation 1, o título apresenta gráficos impressionantes para a época, tanto nas cenas cinematográficas quanto na jogabilidade. As animações são mais fluidas e frequentes do que em Final Fantasy VIII.
A trilha sonora, mais uma vez composta por Nobuo Uematsu, não se destaca nos momentos de batalha, com temas agradáveis, porém pouco memoráveis. Por outro lado, várias músicas se tornaram clássicos da série, como “Vamo Alla Flamenco”, “Dark Messenger” e “Melodies of Life” — este último sendo o segundo tema cantado da franquia.
Final Fantasy IX é ideal para quem deseja conhecer a essência da série. Com gráficos notáveis para seu tempo e uma jogabilidade refinada desde Final Fantasy IV, o jogo está repleto de referências à franquia, inseridas em uma história envolvente e com progressão orgânica. Mas o que mais se destaca são seus personagens memoráveis, considerados alguns dos melhores de toda a série.
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**Final Fantasy IX**
Desenvolvedora: Square
Lançamento: 7 de julho de 2000 (Japão), 13 de novembro de 2000 (EUA)
Gênero: RPG por turnos
Disponível para: PlayStation, PSN
Perguntas Frequentes:
1. Quais são as principais características que diferenciam Final Fantasy IX dos títulos anteriores da série?
Final Fantasy IX retorna às raízes da franquia com uma atmosfera mais fantasiosa e visual cartunesco, diferente dos dois últimos jogos que tinham influências de ficção científica e personagens mais realistas. O jogo traz um enredo com tom leve no começo, que se torna mais sombrio, além do retorno das classes clássicas e o sistema inovador de aprendizado de habilidades por meio de itens e pontos de habilidade (AP).
2. Como funciona o sistema de habilidades e evolução dos personagens em Final Fantasy IX?
Cada habilidade é adquirida por meio de um item específico. Ao usar a habilidade e acumular pontos de habilidade (AP), o personagem aprende a habilidade permanentemente, dispensando o item. Além disso, os personagens sobem de nível com o ganho de experiência, e o sistema incentiva o level grinding para aprimorar as habilidades.
3. Quais são os destaques e possíveis pontos negativos do sistema de combate em Final Fantasy IX?
O sistema de combate utiliza o clássico active time battle da série, que mantém a dinâmica por turnos. Um destaque é o uso de active time events, que mostram ações paralelas de outros personagens e ajudam na exploração. Como ponto negativo, o jogo apresenta um tempo de espera no início das batalhas devido às transições e movimentos de câmera, o que pode tornar a experiência cansativa após longas sessões.
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