Rodrigo Amarante inicia seu primeiro álbum solo com o verso marcante “Nada em vão, no espaço entre eu e você”, dando o tom de uma jornada em busca de uma sonoridade que talvez nunca tenha explorado antes. Após sua passagem por Los Hermanos e Little Joy, o cantor e compositor se aventura por uma atmosfera mais alternativa, que transforma completamente sua trajetória musical. Já na faixa de abertura, “Nada Em Vão”, percebe-se claramente essa nova fase em sua carreira.
Lançado em 2013, o disco Cavalo foi produzido por Noah Georgeson e gravado após o retorno temporário de Amarante ao Brasil, vindo dos Estados Unidos, onde também registrou algumas músicas do álbum. Essa vivência longe do país natal imprime à obra uma sensação de exílio, que o próprio artista reconhece e acolhe como parte essencial desse momento em sua vida. Livre das amarras de um grupo ou banda, ele se dedicou a uma produção inteiramente pessoal, na qual a melancolia surge de forma natural.
É comum que, ao explorarem universos íntimos, muitos artistas se deparem com um turbilhão de emoções difíceis de organizar, resultando em trabalhos confusos ou enigmáticos. No entanto, há compositores que conseguem transformar suas crises existenciais em reflexões profundas e músicas que ressoam diretamente com o público. Rodrigo Amarante, assim como Marisa Monte em Infinito Particular e Ana Carolina em Quartinho, é um exemplo dessa capacidade de traduzir a introspecção em arte.
Em uma carta onde comenta o processo criativo de Cavalo, Amarante destaca o trabalho com o silêncio, a solidão, a sensação de estranhamento em um lugar novo e a inspiração que vem do vazio ao redor. O álbum é justamente essa mistura de vivências, onde a palavra “identidade” funciona como símbolo central, buscando dar sentido ao mundo e a si mesmo. O disco traz canções em português, inglês e francês, e até mesmo algumas palavras em japonês, evidenciando o tema da linguagem, dos desencontros e das novas formas de compreender a realidade.
À primeira vista, o título Cavalo pode parecer estranho, mas, ao mergulharmos na proposta do artista, entendemos que o álbum é como um animal potente em plena corrida, sem destino certo e fugindo de algo indefinido. É um trabalho que merece ser ouvido repetidas vezes, com exceção talvez da faixa “Maná”, que se destaca como a única que não agradou tanto dentro das onze composições presentes. Sem dúvida, trata-se de um dos lançamentos brasileiros mais relevantes do ano.
Você pode ouvir o álbum completo em plataformas de streaming, disponibilizado pelo próprio Rodrigo Amarante.
Perguntas Frequentes:
1. Qual é a principal temática abordada no álbum solo “Cavalo” de Rodrigo Amarante?
O álbum “Cavalo” aborda temas como identidade, solidão, estranhamento e a busca por sentido, refletindo uma fase de introspecção e vivências pessoais do artista durante seu tempo longe do Brasil.
2. Quais línguas são utilizadas nas canções do álbum “Cavalo”?
As músicas do álbum são cantadas em português, inglês, francês e incluem algumas palavras em japonês, evidenciando o tema da linguagem e dos desencontros culturais.
3. Onde e quando foi produzido o álbum “Cavalo” de Rodrigo Amarante?
Lançado em 2013, o álbum foi produzido por Noah Georgeson e gravado após o retorno temporário de Amarante ao Brasil, com algumas faixas registradas nos Estados Unidos.
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