Fringe estreou em grande estilo em 2008, com a assinatura de J.J. Abrams, conhecido pelo sucesso Lost. Confesso que minhas expectativas eram altas, mas como acompanhar a série na TV exige uma disciplina que não tenho, decidi esperar pelo lançamento em Blu-Ray. Com o tempo, meio que perdi o interesse, até que um amigo me emprestou a primeira temporada completa.
Ainda um pouco cético, especialmente após os altos e baixos de Lost (vi até a quarta temporada e gostei mais do que desgostei), comecei a assistir Fringe. Logo somos apresentados à agente do FBI Olivia Dunham (interpretada pela bela Anna Torv) e seu parceiro e amante John Scott (Mark Valley, de Boston Legal). No primeiro caso, eles são chamados separadamente para investigar um avião que pousou em Boston sem comunicar a torre. Ao entrar na aeronave, descobrem que todos os passageiros estão mortos, com seus corpos praticamente derretidos.
Durante a investigação, John Scott sofre um grave acidente e, desesperada, Olivia recorre ao Dr. Walter Bishop (John Noble), um cientista excêntrico que parece entender o que está acontecendo — uma versão mais lenta do que ocorreu com os passageiros do avião. Porém, Walter está internado em um sanatório, e só um familiar pode tirá-lo de lá. Assim, Olivia viaja ao Iraque para recrutar o filho de Walter, Peter Bishop (Joshua Jackson), um gênio com um passado duvidoso. Relutante, Peter ajuda Olivia a libertar o pai. Livre, Walter começa a desvendar os mistérios, um a um, em cada episódio.
O principal desafio de Fringe está em sua fórmula: a cada capítulo, surge um mistério relacionado a uma pseudo-ciência chamada fringe science, que abrange telecinese, teletransporte, outras dimensões, clonagem e outras ideias “cool”. Olivia e Peter são chamados para o caso, e Walter sempre oferece uma solução mirabolante no último minuto. Peter funciona como um tradutor das explicações técnicas confusas de Walter, tornando-as acessíveis para Olivia e para nós, espectadores. Claro que, por trás disso tudo, há um plano maior envolvendo corporações poderosas, governos e vilões que nem sempre são o que parecem. Na verdade, ninguém na série é exatamente quem aparenta ser, o que, para mim, acabou se tornando um ponto frustrante.
Ao assistir Fringe, senti uma forte semelhança com House: um personagem excêntrico resolve casos complicados a cada semana. A diferença é que aqui há essa trama maior, como se os personagens fossem peças num grande jogo de xadrez. Contudo, digo “complexo” de forma irônica, pois, para mim, Fringe foi uma das séries mais previsíveis que acompanhei. Apesar de tentar manter o suspense e entregar um desfecho aparentemente surpreendente, era fácil antecipar o que aconteceria. Para ser realmente impactante, o final teria que ter sido mais ousado. Parece que J.J. Abrams preferiu não arriscar tanto.
Mesmo assim, a série tem seus pontos fortes. O destaque vai para John Noble, que brilha no papel do Dr. Walter Bishop — um cientista louco, um tanto esquecido e sempre pensando em comida nos momentos mais inusitados. Outro mérito é que, ao contrário de Lost, Abrams parece ter um roteiro mais definido em mente. Embora ainda na primeira temporada, vários mistérios são resolvidos, mesmo que algumas pontas continuem soltas.
Porém, a repetição da fórmula “monstro da semana” acaba cansando e, em certos momentos, chega a ser ridícula — como no episódio do animal híbrido, mistura de tigre com cascavel e outras criaturas improváveis, que exemplifica bem o exagero. Acredito que a temporada teria funcionado melhor com uns 12 episódios em vez de 20. Para ser honesto, não fiquei nem um pouco curioso para acompanhar a segunda temporada.
Em resumo, Fringe é uma série com ideias interessantes e boas atuações, mas que peca pela previsibilidade e pela repetição da mesma estrutura a cada episódio. Ainda assim, vale a pena para quem gosta de mistérios envolvendo ciências pouco convencionais e personagens complexos.
Perguntas Frequentes:
1. Qual é a premissa básica da série Fringe e quem são os personagens principais?
Fringe acompanha a agente do FBI Olivia Dunham, seu parceiro John Scott e o excêntrico cientista Dr. Walter Bishop, que investigam casos relacionados a uma pseudo-ciência chamada fringe science, incluindo fenômenos como telecinese, clonagem e outras dimensões.
2. Como é a estrutura dos episódios de Fringe e quais são suas principais críticas?
Cada episódio apresenta um mistério relacionado à fringe science, resolvido com a ajuda de Walter Bishop, enquanto uma trama maior envolvendo conspirações se desenrola. A série é criticada pela repetição da fórmula “monstro da semana” e pela previsibilidade dos acontecimentos.
3. Quais são os pontos fortes e fracos da primeira temporada de Fringe segundo o artigo?
Os pontos fortes incluem a atuação de John Noble como Walter Bishop e um roteiro mais definido em comparação a outras séries de J.J. Abrams. Já os pontos fracos são a previsibilidade, a repetição da mesma estrutura em vários episódios e alguns elementos exagerados, como criaturas híbridas pouco convincentes.
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