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Análise Crítica do Filme Show The Killers Lollapalooza 2013: Vale a Pena Assistir?

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O Lollapalooza, festival criado em 1991 por Perry Farrell, vocalista do Jane’s Addiction, passou por diversas fases ao longo dos anos. Inicialmente um evento anual nos Estados Unidos, ele foi cancelado em 1997, ressurgiu em 2003, sofreu mudanças em 2004 e 2005, até que em 2010 expandiu-se internacionalmente. Em 2011, o Chile sediou a primeira edição fora dos EUA, seguido por São Paulo em 2012.

Agora, o festival retorna à capital financeira do Brasil para três dias repletos de música. Já assisti a centenas de shows ao redor do mundo, desde o primeiro Rock in Rio, em 1985. Porém, com o passar dos anos, percebi que não consigo mais acompanhar três dias consecutivos em pé. Por isso, decidi focar apenas na apresentação da banda americana The Killers, cuja música me agrada muito e que até então eu ainda não havia visto ao vivo.

O show faz parte da turnê do álbum “Battle Born”, quarto trabalho de estúdio da banda, lançado em setembro de 2012. No entanto, diferentemente das turnês mais recentes, Brandon Flowers e sua banda optaram por um setlist que privilegiava os grandes sucessos, deixando o foco das novas músicas um pouco de lado. Essa escolha fez sentido, já que algumas canções mais recentes, como “From Here On Out”, não conseguiram empolgar a plateia, que teve dificuldade até mesmo em acompanhar o refrão.

A abertura foi enérgica, começando com “Mr. Brightside”, sem nenhuma introdução desnecessária. Normalmente, “Flesh and Bone”, do álbum mais recente, seria a primeira música, mas optar por “Mr. Brightside” foi uma decisão acertada para dar o tom da apresentação, que continuou com “Spaceman”. Esses dois hits mostraram que o show seguiria uma linha mais segura, evitando riscos com as faixas novas. Embora isso não seja um problema, foi uma pena que boas músicas recentes, como “Flesh and Bone”, não tenham sido tocadas.

Em seguida, “Smile Like You Mean It” confirmou essa sequência de sucessos, com Flowers conseguindo animar o público, mesmo que o ritmo da música tenha sinalizado uma mudança no andamento da apresentação. Isso ficou claro com “Miss Atomic Bomb”, a primeira faixa de “Battle Born” da noite, que, apesar de ser excelente no álbum, não funcionou tão bem ao vivo.

A banda manteve o ritmo com “Human”, outro grande hit, que aqueceu a plateia, ainda que não tanto quanto eu esperava. Na sequência, vieram três músicas com versões um pouco mais longas: “Somebody Told Me”, “For Reasons Unknown” e “From Here On Out” (essa última do “Battle Born”). Mesmo assim, essas variações não alteraram a essência das canções, algo que parece ser uma característica constante dos shows do The Killers: eles mantêm suas músicas próximas das versões de estúdio, sem grandes experimentações. Isso talvez esteja ligado ao estilo da banda, que faz um pop mais elaborado, mas não exatamente rock pesado. A impressão, mesmo com a presença do guitarrista Dave Keuning e do baixista Mark Stoermer, é que estávamos ouvindo um álbum recém-lançado, mais do que um show ao vivo cheio de energia.

O final do set principal contou com “A Dustland Fairytale”, “Read My Mind”, “Runaways” (a última do disco novo) e “All These Things That I’ve Done”, tocadas sem pausa. O desempenho foi competente, mas sem momentos de brilho intenso ou empolgação constante para toda a audiência. É claro que para quem ficou nas primeiras filas, chegando cedo e ficando próximo às grades, o show foi animado do começo ao fim. Porém, de modo geral, era possível perceber certa apatia do público, mesmo com os esforços de Flowers.

No bis, que aconteceu rapidamente (saudades daqueles momentos em que a plateia pede bis com entusiasmo), a banda permaneceu no seu estilo habitual, apresentando “This Is Your Life”, “Jenny Was a Friend of Mine” e encerrando com “When We Were Young”. Essa última música é, para mim, um mistério, pois pareço estar entre poucos que realmente gostam dela.

The Killers é um grupo pop competente, que parece se sair melhor em ambientes menores e fechados, como mostra a qualidade dos DVDs de seus shows. Apesar da presença de palco de Flowers, ele não consegue sustentar apresentações grandiosas, como as do Lollapalooza. Além disso, a falta de criatividade nas versões ao vivo — poucas alterações e praticamente nenhuma inovação nas músicas — impede que a banda entregue performances memoráveis. Se os outros integrantes, Koenig, Stoermer e o baterista Ronnie Vannucci, tivessem mais carisma, o show poderia ser mais envolvente, mas eles permanecem discretos, quase em segundo plano. Até mesmo Flowers, que tentou se comunicar em português além do tradicional “obrigado”, repetiu frases iguais às que aparecem nos DVDs, mostrando pouco esforço para se conectar de forma mais autêntica com o público brasileiro.

No fim, a apresentação foi interessante, porém essa palavra é insuficiente para descrever um show ao vivo. O ideal seria que ele fosse marcante, não apenas para os fãs mais dedicados. Infelizmente, esse não foi o caso.

Perguntas Frequentes:
1. Qual foi o foco do setlist da banda The Killers no show do Lollapalooza mencionado no artigo?
O setlist privilegiou os grandes sucessos da banda, deixando as músicas mais recentes do álbum “Battle Born” em segundo plano, pois algumas dessas canções não empolgaram o público.

2. Como foi a interação da banda The Killers com o público brasileiro durante o show?
Brandon Flowers tentou se comunicar em português, além do tradicional “obrigado”, mas repetiu frases já usadas em DVDs, demonstrando pouco esforço para uma conexão mais autêntica com o público local.

3. Por que o autor do artigo preferiu assistir apenas ao show do The Killers no Lollapalooza?
O autor mencionou que não consegue mais acompanhar três dias consecutivos em pé durante o festival, então decidiu focar apenas na apresentação da banda americana The Killers, da qual gosta muito e ainda não havia visto ao vivo.

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