Resumo do Filme Critica Black Box Diaries

Resumo do Filme Critica Black Box Diaries

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Coração aberto e uma força incansável

Black Box Diaries é uma produção complexa que mistura elementos pouco convencionais para um documentário. A obra acompanha uma investigação jornalística profunda sobre um caso de estupro que ganhou grande repercussão no Japão, envolvendo Noriyuki Yamaguchi, então diretor de um canal de TV japonês, com conexões ao ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, assassinado em 2022. O foco principal recai sobre Shiori Itō, que não só é a vítima do crime, mas também a jornalista que conduz a investigação e a diretora do filme, tornando-se o epicentro de diversas camadas da narrativa. O documentário se baseia no livro de memórias que Itō publicou em 2017, onde ela relata sua luta judicial, amplamente acompanhada pela mídia japonesa, contra o agressor e contra as leis sexistas e antiquadas do país, algumas delas sem mudanças há mais de um século.

O que mais chama atenção no filme é a perspectiva em primeira pessoa adotada por Itō — como vítima, líder da apuração e cineasta. Essas facetas se entrelaçam e se confundem, refletindo a complexidade de sua posição profissional e pessoal, especialmente ao confrontar os traumas do abuso sofrido. Assim, o público experimenta a história sob o olhar dela, que aposta em escolhas artísticas que ressaltam a vulnerabilidade e a intimidade, por vezes até de forma invasiva, em cenas confessionais que permeiam o documentário. Ao mesmo tempo, a diretora consegue equilibrar a luta maior contra um sistema policial, jurídico e político obsoleto, injusto e machista, e sua jornada pessoal como sobrevivente buscando superar uma tragédia.

Na primeira metade, o longa se dedica a mostrar os detalhes do processo investigativo, reunindo um rico acervo de gravações telefônicas com a polícia, imagens de câmeras de segurança, entrevistas com autoridades e debates sobre a legislação vigente. Também são exploradas as reações da mídia e da sociedade, enquanto o caso de Itō ganha destaque, trazendo à tona reflexões sociais, históricas e culturais do Japão, seja por meio de conversas da protagonista com colegas, seja no contexto implícito da narrativa. Essa atmosfera, que lembra um thriller de jornalismo investigativo combinado com um drama jurídico, é pontuada por relatos do cotidiano emocionalmente desafiador de Itō, que segue firme em sua luta mesmo quando a vontade de desistir parece grande — um momento que ela não hesita em mostrar, sem receio de ser rotulada como vítima. Conforme o filme avança, esse lado mais íntimo da diretora se revela cada vez mais aberto ao público.

Outro ponto de destaque está na montagem assinada por Ema Ryan Yamazaki, que organiza com habilidade as diferentes camadas do documentário e da personagem central, evidenciando sua competência tanto como repórter quanto como ativista, sem ocultar suas fragilidades emocionais. Em alguns momentos, a direção de Itō pode parecer um pouco amadora do ponto de vista técnico, mas isso parece fazer parte da proposta de criar um contraste entre sua busca por justiça e a exposição sincera da própria experiência, como um diário audiovisual, conforme o título sugere. O filme provoca uma gama de emoções — da indignação à empatia, da frustração à celebração da vitória — sem jamais esconder a dor que acompanha o triunfo. Graças à permissão de Itō para mostrar sua vulnerabilidade, somos também testemunhas de sua determinação incansável em buscar verdade e justiça.

Diários da Caixa Preta (Black Box Diaries) — Japão, Reino Unido, EUA, 2024
Direção: Shiori Itō
Roteiro: Shiori Itō (baseado no memoir Black Box Diaries, de Shiori Itō)
Elenco: Shiori Itō
Duração: 103 minutos

Minha jornada começou na Grand Line, passei pelo Templo do Ar do Leste, escalei o Monte da Justiça em Happy Harbour e mergulhei nas profundezas de Atlântida. Ainda busco o One Piece. Durante minhas viagens, descobri universos nas páginas das HQs, imaginei-os nos livros e os vivi nas telas do cinema. Embora ainda não tenha alcançado Laugh Tale, aprecio cada passo do caminho.

Quem é a protagonista e diretora do documentário Black Box Diaries, e qual é o foco principal da obra?

A protagonista e diretora é Shiori Itō, que também é a vítima do estupro investigado no filme. O documentário foca em sua luta judicial contra o agressor Noriyuki Yamaguchi e contra as leis sexistas e antiquadas do Japão, além de mostrar sua jornada pessoal como sobrevivente e jornalista.

Como o documentário Black Box Diaries aborda a investigação do crime e a luta contra o sistema jurídico japonês?

O filme apresenta detalhes do processo investigativo, como gravações telefônicas, imagens de câmeras, entrevistas e debates legais. Também destaca as reações da mídia e da sociedade, mostrando as dificuldades enfrentadas por Itō para buscar justiça em um sistema policial, jurídico e político considerado obsoleto e machista.

Qual é o estilo narrativo e a abordagem artística adotados no documentário Black Box Diaries?

O documentário é narrado em primeira pessoa por Shiori Itō, misturando sua experiência como vítima, jornalista e diretora. O filme usa cenas confessionais e um estilo que ressalta a vulnerabilidade e intimidade da protagonista, criando um diário audiovisual que equilibra o relato pessoal com a crítica social.

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