Resumo do Filme Critica Curtas Do Oscar 2025 Live Action

Resumo do Filme Critica Curtas Do Oscar 2025 Animacao

Home > Filmes > Resumos & Críticas > Resumo do Filme Critica Curtas Do Oscar 2025 Animacao

Há muita pedagogia presente nos curtas animados indicados ao Oscar.

Neste compilado, você encontrará análises de todos os concorrentes na categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação do Oscar 2025. Leia as críticas e deixe seu comentário!

Yuck! (França, 2025)
Direção e roteiro: Loïc Espuche
Duração: 13 minutos

Este curta francês apresenta uma bela e delicada metáfora sobre o prazer sexual, representado por um brilho púrpura em uma animação 2D simples e encantadora. A obra traduz de forma poderosa a inocência infantil e o ideal do prazer ainda não completamente compreendido, mas vivenciado. O ponto mais impactante é a percepção de que não estamos sozinhos nesses sentimentos; muitos escondem ou reprimem por considerá-los estranhos, enquanto outros acreditam controlar seus desejos com facilidade.

O filme funciona como uma lição sobre o encontro entre mundos: o infantil e o adulto. O beijo, gesto carregado de simbolismo humano, é aqui a ponte para um universo secreto de sensações. As crianças só se permitem beijar escondidas, enquanto algumas brilham apenas quando sonham com essa experiência, ainda distante da realidade.

Apesar do tema delicado, a narrativa adota uma pedagogia libertária, enfatizando que a liberdade vem da vivência, ainda que isso implique enfrentar desejos e vergonhas. A evolução do menino, que passa de repulsa para admiração pelo beijo, simboliza um aprendizado sobre o bem e o mal. A menina, inclusive, pede segredo — “não vamos contar para ninguém”. Os adultos, por sua vez, não sentem vergonha, mas reclamam das críticas que recebem, refletindo um conflito entre quem acha controlar seus prazeres e quem não. No fim, tanto crianças quanto adultos vivem presos em uma bela prisão de segredos e prazeres camuflados.

Magic Candies (Japão, 2024)
Direção: Daisuke Nishio
Roteiro: Ichiro Takano, baseado no livro de Heena Baek
Duração: 21 minutos

Este curta japonês aborda a jornada de uma criança que percebe a importância da convivência social e da comunicação. A narrativa começa com a experiência de um doce mágico, que remete a contos tradicionais como “João e o Pé de Feijão” ou a famosa pílula vermelha de “Matrix”. No entanto, aqui é a natureza que chama o protagonista para a ação, e não o contrário.

Ao longo da história, o menino aprende a ouvir atentamente a casa, o cachorro, o pai, a avó e, finalmente, a própria natureza. Ele não tem escolha senão enfrentar a necessidade de brincar com alguém, superando a solidão e a falta de escuta. O curta é uma lição sobre como as crianças, muitas vezes, não ouvem e, por isso, não compreendem ou obedecem, enfrentando desafios ao tentar se relacionar com o mundo.

A animação em stop motion é delicada e detalhista, reforçando a ideia de que tanto a coletividade quanto a intenção em cada gesto são essenciais para criar a magia da brincadeira.

Wander to Wonder (Reino Unido, Holanda, França, Bélgica, 2024)
Direção: Nina Gantz
Roteiro: Daan Bakker, Stienette Bosklopper, Simon Cartwright, Nina Gantz
Duração: 14 minutos

Neste curta, a morte da televisão infantil é retratada como um terror da memória e do esquecimento. Programas infantis ganham vida em um cenário teatral que revela a decadência por trás das câmeras, simbolizando a perda de relevância e o envelhecimento sem nostalgia. A câmera torna-se o objeto vital, a única esperança de manter vivo o que antes encantava o público.

O filme, uma co-produção europeia, critica o setor infantil da TV, especialmente na Europa, onde certas produções parecem não ter evoluído. A narrativa faz uma analogia com o mito da caverna de Platão, mostrando personagens que tentam escapar sem compreender plenamente sua situação.

Com humor ácido e um tom tipicamente britânico, o curta sugere um pessimismo em relação às produções das décadas passadas, frequentemente revisitadas para revelar dramas nos bastidores. Ao final, os personagens — ursos imaginários que já foram estrelas — percebem tarde demais que seu tempo diante das câmeras chegou ao fim.

Beautiful Men (Bélgica, França, Holanda, 2024)
Direção: Nicolas Keppens
Roteiro: Angelo Tijssens, Nicolas Keppens
Duração: 18 minutos

Apesar de o stop motion normalmente trazer realismo e profundidade dramática, aqui o efeito é o oposto. Os dramas masculinos retratados — medo de câncer testicular, impotência, fragilidade física e calvície — são tratados de forma abstrata e quase onírica, o que prejudica a verossimilhança da história.

O curta acompanha três irmãos carecas que planejam uma cirurgia de transplante capilar em Istambul, mas a narrativa não consegue desenvolver suas emoções e conflitos com profundidade. A câmera costuma filmá-los de costas, por portas ou lateralmente, buscando expressar vergonha, mas a história não avança nesse sentido.

Mesmo quando surgem momentos de esperança, a insegurança permanece dominante, e o stop motion parece congelar a evolução dos personagens. A nudez literal exposta não compensa a falta de densidade na trama, deixando o espectador com a sensação de uma fragilidade narrativa que não se sustenta.

In the Shadow of the Cypress (Irã, 2023)
Direção: Shirin Sohani
Roteiro: Tal Kantor, Hossein Molayemi
Duração: 20 minuto

Neste curta iraniano, tudo é metáfora. O movimento da narrativa libera a tensão dramática, enquanto uma montagem frenética revela o passado do protagonista mais velho e a complexa relação com uma mulher. O elemento central é uma baleia encalhada, que simboliza tanto o peso emocional quanto o trauma vivido pelo casal.

Há uma dualidade entre o literal — o animal preso — e o dramático — as consequências emocionais de um naufrágio e possivelmente de um conflito maior. Os personagens se transformam fisicamente ao expressar sentimentos, derretendo-se ou se adornando, o que traz uma dimensão visual única e palpável ao drama.

A animação permite perder a rigidez estrutural para mergulhar na emoção do mar e da baleia, entregando uma obra rica em tradução visual e sensibilidade artística.

Sobre o autor
Minha trajetória no cinema começou com uma infância marcada por filmes de terror e comédias românticas, sempre acompanhada por minha irmã cinéfila. Logo, fui transportado para uma galáxia muito, muito distante, onde a saga Star Wars me ensinou sobre cultura e brasilidade. Aprendi com Roger Ebert que o cinema é uma máquina de empatia, e com Hans Rookmaaker que a estética tem origem no Divino. Atualmente, busco compreender os mistérios da forma e do conteúdo para criar arte, estudando História para entender como o tempo molda obras-primas. Estou sempre pronto para questionar qualquer filme — até mesmo os de Steven Spielberg — e apreciar o audiovisual em sua totalidade.

Se gostou dessas análises, fique à vontade para comentar e compartilhar suas opiniões!

Quais são os temas principais abordados nos curtas animados indicados ao Oscar 2025?

Os curtas abordam diversos temas, como o prazer e a inocência infantil em “Yuck!”, a importância da convivência social em “Magic Candies”, a crítica à decadência da televisão infantil em “Wander to Wonder”, conflitos masculinos e fragilidade em “Beautiful Men”, e metáforas emocionais ligadas a traumas em “In the Shadow of the Cypress”.

Que estilos de animação são utilizados nesses curtas?

Os estilos variam entre animação 2D simples e encantadora (“Yuck!”), stop motion detalhado e delicado (“Magic Candies” e “Beautiful Men”), e animação com montagem frenética e visual metafórico (“In the Shadow of the Cypress”). Cada técnica reforça a narrativa e o impacto emocional de cada obra.

Como posso interagir com as análises apresentadas no artigo?

Você pode deixar seus comentários e compartilhar suas opiniões sobre os curtas animados indicados ao Oscar. O artigo convida os leitores a participarem do debate, enriquecendo a compreensão das obras e suas mensagens pedagógicas e artísticas.