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Resumo do filme Wicked

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O cinema, em sua essência mais pura, sempre buscou a reinterpretação de mitos e a exploração de narrativas já estabelecidas, oferecendo novas lentes através das quais podemos enxergar histórias que julgávamos conhecer. É nesse espírito que Jon M. Chu, um diretor conhecido por sua habilidade em traduzir o espetáculo musical para a tela grande, como visto em obras anteriores, se aventura no universo mágico de Oz com “Wicked: Parte Um”. Este filme, aguardado com grande expectativa, não é apenas uma adaptação do aclamado musical da Broadway, mas uma ambiciosa tentativa de aprofundar as origens de um dos contos mais queridos da cultura pop, prometendo desvendar os mistérios por trás da figura da Bruxa Má do Oeste antes que Dorothy Gale pisasse em seus domínios coloridos.

A proposta de “Wicked: Parte Um” reside em desconstruir a dualidade entre bem e mal, explorando as complexidades de personagens que, por gerações, foram vistas de forma simplista. O roteiro, assinado por Winnie Holzman e Dana Fox, baseia-se no musical de Stephen Schwartz e Holzman, que por sua vez se inspira no romance de Gregory Maguire. Essa estrutura em camadas permite que a narrativa vá além do maniqueísmo, mergulhando nas motivações e nos encontros que moldaram as trajetórias de Elphaba e Glinda. O filme nos transporta para a Universidade de Shiz, onde a amizade improvável entre a incompreendida Elphaba, de pele verde, e a popular Glinda começa a florescer, um laço que será testado e transformado pelas forças políticas e sociais de Oz. O arco de Elphaba, interpretada com uma intensidade palpável por Cynthia Erivo, é o coração do filme, mostrando sua luta contra o preconceito e a busca por seu lugar em um mundo que a julga pela aparência. Ariana Grande, como Glinda, complementa essa dinâmica com uma performance que capta a evolução de uma jovem inicialmente fútil para uma figura complexa, dividida entre a ambição e a lealdade.

A direção de Jon M. Chu é um dos pilares que sustentam a grandiosidade visual do projeto. Chu demonstra um domínio notável do gênero musical, coreografando números que são ao mesmo tempo expansivos e intimistas, permitindo que a emoção das canções ressoe profundamente com o público. A cinematografia de Alice Brooks pinta Oz com uma paleta de cores vibrantes e contrastantes, sublinhando a magia e os perigos iminentes. Os figurinos, ricos em detalhes e simbolismo, contribuem para a construção do mundo e para a caracterização dos personagens, elevando o espetáculo visual a um patamar de pura fantasia. A trilha sonora, com as icônicas canções de Stephen Schwartz, é entregue com uma paixão que honra o material original, enquanto a orquestração se expande para preencher a vastidão da tela de cinema. É um trabalho técnico que não apenas recria o musical, mas o reinventa para uma nova mídia, convidando o espectador a se perder em cada detalhe.

Além do brilho técnico, “Wicked: Parte Um” oferece reflexões importantes sobre temas atemporais. A discriminação, a busca por aceitação, a natureza do poder e a complexidade das escolhas morais são exploradas com uma sensibilidade que se comunica com todas as idades. A história de Elphaba ressoa como um hino aos que são marginalizados, enquanto a jornada de Glinda nos faz questionar as verdadeiras intenções por trás da “bondade”. Personagens secundários, como Fiyero, interpretado por Jonathan Bailey, e Madame Morrible, vivida por Michelle Yeoh, enriquecem a tapeçaria narrativa, cada um contribuindo para o intrincado jogo de poder e afeto que se desenrola. O filme não teme abordar as nuances do que significa ser “mau” ou “bom”, mostrando que as aparências muitas vezes enganam e que a verdade raramente é tão simples quanto parece.

Ao concluir sua primeira parte, “Wicked” deixa o público em um ponto de inflexão, com a promessa de mais reviravoltas e o aprofundamento das consequências das decisões tomadas. Não é um filme que se encerra, mas que estabelece as bases para uma saga maior, instigando a curiosidade e o debate sobre o destino de seus carismáticos protagonistas. A experiência de assistir a esta obra é um lembrete do poder do cinema em transportar, emocionar e provocar o pensamento, elementos que continuam a ser o cerne da atração por grandes produções, sejam elas acessadas em salas de cinema ou, eventualmente, em plataformas de streaming como Prime Video, Netflix, ou mesmo em sites especializados em crítica e informações sobre cinema, como AdoroCinema. É um filme que, apesar de sua duração considerável para uma primeira parte, justifica cada minuto ao construir um universo rico e personagens que ficam em nossa memória.

Wicked: Parte Um (Wicked: Part One – Estados Unidos, 2024)
Direção: Jon M. Chu
Roteiro: Winnie Holzman e Dana Fox
Elenco: Cynthia Erivo, Ariana Grande, Jonathan Bailey, Michelle Yeoh, Jeff Goldblum, Ethan Slater, Marissa Bode
Duração: 160 min.
Nota: ⭐⭐⭐⭐

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