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Análise Crítica do Filme Critica 007 A Servico Secreto De Sua Majestade: Vale a Pena Assistir?

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O sexto filme da série 007 é, provavelmente, o menos lembrado pelos fãs, principalmente por causa da troca de protagonista. Sean Connery, o ícone que marcou o personagem, deu lugar ao novato George Lazenby. Curiosamente, a sequência traz um detalhe irônico: James Bond, um agente britânico, foi inicialmente interpretado por um escocês e, depois, por um australiano – ambos integrantes do antigo Império Britânico, mas ainda assim uma coincidência curiosa.

Antes mesmo de terminar as filmagens de 007 – Só Se Vive Duas Vezes, Sean Connery já havia decidido não retornar à franquia. Isso aconteceu principalmente devido a desentendimentos pessoais, especialmente com o produtor Albert Broccoli. Timothy Dalton chegou a ser cotado para assumir o papel, mas recusou na época por se achar jovem demais – mal sabia ele que, anos depois, voltaria para interpretar Bond em outros filmes. Diversos nomes foram avaliados, até que os produtores, ao verem um comercial de chocolate com Lazenby, o convidaram para testes e ficaram encantados com o resultado.

Uma curiosidade interessante sobre Lazenby é que seu agente o orientou a recusar uma oferta para participar de sete filmes da franquia, acreditando que o personagem ficaria ultrapassado. Na prática, isso limitou a participação do ator a apenas um longa. Mesmo assim, sua atuação trouxe um ar de novidade ao espião, que já precisava de uma renovação.

Para o roteiro, o experiente Richard Maibaum foi convocado novamente. Diferentemente do trabalho anterior, que não agradou, Maibaum optou por uma adaptação mais fiel aos livros de Ian Fleming. No entanto, essa decisão gerou alguns problemas de continuidade. Por exemplo, em 007 – Só Se Vive Duas Vezes, Bond e Blofeld já se enfrentaram, mas em A Serviço Secreto de Sua Majestade, Blofeld não reconhece Bond. Algumas explicações tentam justificar isso, como o fato de Bond estar disfarçado, mas a verdade é que a produção retirou uma cena originalmente planejada, na qual Bond passava por uma cirurgia plástica para justificar a mudança do ator. A equipe preferiu seguir com atores diferentes, esperando que o público aceitasse a situação. Afinal, até mesmo o personagem Felix Leiter já foi interpretado por diversos atores ao longo da série.

Quanto à trama, o filme sofre com uma certa divisão de foco. Embora a busca por Blofeld seja o fio condutor, a história só realmente começa após cerca de 50 minutos de exibição. Antes disso, acompanhamos o romance entre Bond, interpretado por Lazenby, e Teresa “Terry” de Vicenzo, filha de um criminoso que, apesar disso, age com certa honra. Esse relacionamento é o motor inicial da narrativa, culminando na localização do vilão Blofeld, que se esconde em uma estação de esqui chamada Piz Gloria. Lá, ele planeja dominar o mundo por meio de um esquema envolvendo alergias, hipnose e armas biológicas, num enredo típico de chantagem global. Além disso, o filme oferece belas paisagens e cenas de ação em esquis.

O diretor Peter R. Hunt, que só comandou este filme da franquia, buscou imprimir seu estilo próprio. Isso é percebido na estrutura do filme, dividida entre o envolvimento amoroso de Bond e a perseguição ao vilão, além pelo ritmo mais pausado, com cenas que exploram a construção dos personagens e investigações detalhadas, como a emblemática invasão a um escritório em Berna. Os figurinos escolhidos para Bond também chamam atenção e fogem do tradicional, com roupas extravagantes, incluindo um kilt escocês, que destoam da elegância habitual do personagem. Embora sejam elementos que não acrescentem diretamente à história, certamente deixam o filme com uma identidade visual distinta.

A trilha sonora do filme também é especial. Em vez de uma música tema que leva o nome do longa, temos “We Have All The Time In the World”, composta por John Barry e interpretada por Louis Armstrong. Essa canção funciona como um tema romântico para Bond e é referenciada diretamente no desfecho do filme. Paralelamente, há um tema instrumental que leva o título do filme, também de Barry, que acompanha as cenas de ação, alternando-se com a clássica música de Bond. Essa combinação é considerada uma das melhores trilhas da série.

Apesar dos problemas de ritmo, da necessidade de aceitar algumas incongruências e da mudança de protagonista, 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade é uma agradável surpresa dentro da franquia. Traz uma nova direção para o personagem, que infelizmente não foi mantida nos filmes seguintes.

**007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade** (On Her Majesty’s Secret Service, Reino Unido, 1969)
Direção: Peter R. Hunt
Roteiro: Richard Maibaum
Elenco: George Lazenby, Diana Rigg, Telly Savalas, Gabriele Ferzetti, Ilse Steppat, Lois Maxwell, George Baker, Bernard Lee, Desmond Llewelyn, entre outros
Duração: 142 minutos

Perguntas Frequentes:
1. Por que George Lazenby substituiu Sean Connery em “007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade” e por que ele participou de apenas um filme da franquia?
George Lazenby substituiu Sean Connery após este decidir não retornar à franquia devido a desentendimentos pessoais com o produtor Albert Broccoli. Lazenby foi escolhido após testes impressionantes, mas seu agente o aconselhou a recusar uma oferta para participar de sete filmes, acreditando que o personagem ficaria ultrapassado, o que limitou sua participação a apenas um longa.

2. Como o filme lida com a troca de protagonista em termos de roteiro e continuidade?
Para justificar a mudança de ator, a produção originalmente planejava uma cena em que James Bond passava por uma cirurgia plástica, mas essa cena foi retirada. Isso gerou problemas de continuidade, como o fato de Blofeld não reconhecer Bond, apesar de já terem se enfrentado em filmes anteriores. A equipe esperava que o público aceitasse a troca sem maiores explicações, assim como aconteceu com outros personagens da série.

3. Quais são as principais características que diferenciam “007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade” dos outros filmes da franquia?
O filme é marcado pelo estilo único do diretor Peter R. Hunt, com um ritmo mais pausado e foco no desenvolvimento dos personagens. Apresenta um enredo dividido entre o romance de Bond e a perseguição ao vilão Blofeld, além de figurinos extravagantes, como o uso de kilt pelo protagonista. A trilha sonora é especial, com a canção “We Have All The Time In the World” interpretada por Louis Armstrong, que funciona como tema romântico do filme.

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