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Análise Crítica do Filme Critica Death Note Black Edition Ii: Vale a Pena Assistir?

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Se você ainda não está familiarizado com Death Note ou com a edição Black Edition deste mangá, recomendo que primeiro leia a crítica do volume 1, que reúne os dois primeiros tankobons japoneses. Lá, faço uma apresentação detalhada desses aspectos. Depois, pode retornar a esta análise, mas fique atento: há spoilers inevitáveis sobre a Black Edition 1.

No volume inicial, Tsugumi Ohba utiliza diálogos extensos e densos para estabelecer a premissa central de Death Note: Light Yagami, um estudante brilhante, encontra um caderno com o poder de matar qualquer pessoa cujo nome seja escrito nele, desde que o escritor visualize o rosto da vítima. Esse caderno pertence originalmente a Ryuk, um shinigami — ou deus da morte — e confere a Light a capacidade de agir como um deus, eliminando criminosos para moldar, em sua visão, um mundo ideal.

Rapidamente, as autoridades internacionais notam a estranheza por trás das mortes e passam a contar com a ajuda de um misterioso detetive conhecido apenas como “L”. Logo descobrimos que L é outro gênio, tão brilhante quanto Light.

Uma rivalidade intensa

Ainda no primeiro volume, essa disputa entre Light e L avança até o ponto em que L instala câmeras na casa de Light, pois suspeita que ele seja o assassino conhecido como Kira. A partir desse momento, a trama se complica bastante, tornando difícil imaginar como Ohba expandirá a história diante de uma situação tão tensa para Light.

Mas é no segundo volume que o verdadeiro talento narrativo de Death Note se revela. Embora ainda conte com longos monólogos explicativos — que poderiam ser mais sucintos para permitir que o leitor deduzisse mais — Ohba introduz duas inovações fundamentais: Kira e L passam a trabalhar juntos e surge um segundo Kira.

Essa reviravolta é surpreendente e muito bem integrada à trama. Sem conseguir provar definitivamente que Light é Kira através das câmeras, L adota uma estratégia arriscada e revela sua identidade para Light, transformando-os em parceiros que, apesar de estarem em lados opostos, precisam colaborar. Isso torna os pensamentos apresentados na narrativa — que não aparecem em balões tradicionais — muito mais envolventes, pois mostram raciocínios que se confrontam e se complementam, alterando a dinâmica do mangá.

Visual e tensão na medida certa

O desenhista Takeshi Obata desempenha um papel crucial nessa fase, com seu traço minimalista que destaca apenas o essencial, direcionando nossa atenção para o que realmente importa. Um exemplo emblemático dessa técnica é a partida de tênis entre Light e L, que ocupa 14 páginas e retrata com clareza a rivalidade entre os dois gênios, além de revelar o profundo respeito que nutrem um pelo outro. Trata-se de um duelo de titãs que define o tom para as centenas de páginas seguintes.

Com Light agora integrado ao grupo de L — cada um com seus próprios objetivos ocultos, mas ambos investigando Kira — surge um novo personagem Kira e um novo shinigami, ambos femininos: Misa Amane, uma garota que se torna um ícone visual do mangá, e Rem, uma deusa da morte com aparência quase mumificada. Essa dupla altera ainda mais a dinâmica da história e complica a vida de Light. Embora a introdução de Misa e sua história possam parecer um pouco forçadas, o desenvolvimento geral é suficientemente forte para que esses detalhes sejam facilmente esquecidos.

Avanço e complexidade

Outro ponto que impressiona na evolução da trama — sem revelar muito para preservar o prazer da leitura — é a rapidez com que Ohba avança na história. Mesmo tendo material para se aprofundar com mais calma, o ritmo é acelerado e culmina em uma situação quase impossível para Light e Misa. Isso faz com que o leitor termine a leitura desejando imediatamente continuar, o que evidencia a qualidade do roteiro.

O dilema moral de “ser um deus” permanece central na Black Edition 2, mas ganha novas camadas ao mostrar L, que deveria defender a lei a qualquer custo, tomando decisões éticas e morais bastante delicadas. Essas escolhas são aceitas, ainda que com reservas, pelo pequeno grupo de policiais que trabalham com ele, incluindo o pai de Light. Assim, a discussão proposta por Ohba se aprofunda, e como veremos no terceiro volume, a complexidade só aumenta.

Death Note: Black Edition 2 confirma por que este mangá é um dos mais renomados mundialmente. Resta esperar para ver se essa qualidade se mantém até o final.

Death Note: Black Edition II
Roteiro: Tsugumi Ohba
Arte: Takeshi Obata
Lançamento oficial no Japão: dezembro de 2003 a maio de 2006 (Black Edition a partir de fevereiro de 2013)
Lançamento no Brasil: 2013
Editora: JBC Mangás
Páginas: 408

Perguntas Frequentes:
1. O que diferencia a edição Black Edition de Death Note das edições anteriores?
A Black Edition reúne dois volumes originais do mangá em um único volume, oferecendo uma apresentação mais compacta e uma nova capa. No caso do volume 1 da Black Edition, ele reúne os dois primeiros tankobons japoneses, permitindo uma leitura mais fluida da história inicial.

2. Quem são os principais personagens introduzidos no segundo volume da Black Edition de Death Note?
No segundo volume, além de Light Yagami e do detetive L, são introduzidos novos personagens importantes como Misa Amane, a segunda Kira feminina, e Rem, uma shinigami feminina. Essa introdução complica ainda mais a trama e altera a dinâmica entre os personagens.

3. Como é retratada a rivalidade entre Light e L na história?
A rivalidade entre Light e L é um dos pontos centrais da trama. Eles são dois gênios que se enfrentam em um duelo de inteligência e estratégias, como exemplificado em uma partida de tênis que ocupa 14 páginas do mangá. Apesar de serem adversários, eles desenvolvem um respeito mútuo e chegam até a trabalhar juntos temporariamente, o que adiciona complexidade à narrativa.

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