Imagem

Análise Crítica do Filme Critica Os Miseraveis: Vale a Pena Assistir?

Home > Filmes > Análise Crítica do Filme Critica Os Miseraveis: Vale a Pena Assistir?

Sem dúvida, uma das obras mais renomadas de Victor Hugo é Os Miseráveis, lançada em 1862. A importância desse clássico da literatura mundial se deve não apenas à qualidade do texto original, mas também às inúmeras adaptações que surgiram ao longo do tempo, tornando a história acessível a diferentes públicos.

Os Miseráveis já foi retratado no cinema diversas vezes, teve uma minissérie na televisão, ganhou versões em programas de rádio, incluindo uma adaptação por Orson Welles, entre outras interpretações. Existe até uma sequência literária que acompanha o destino de Cosette e Marius após os acontecimentos do livro. Entretanto, a adaptação mais popular talvez seja o musical, que, surpreendentemente, estreou em Paris em 1980, em francês, e não em Londres, como muitos pensam. Essa produção, totalmente cantada e sem danças, alcançou enorme sucesso mundial e permanece em cartaz em Londres desde 1985. Recentemente, esse musical foi transformado em filme pelo diretor Tom Hooper.

Contudo, o foco aqui não é o musical, e sim a versão em quadrinhos da obra original de Victor Hugo.

Publicada no Brasil pela L&PM, essa adaptação integra a coleção Clássicos da Literatura em Quadrinhos, apoiada pela UNESCO. A série tem como objetivo trazer grandes títulos da literatura mundial para o formato dos quadrinhos, facilitando o acesso a esses textos. Outras obras já adaptadas e lançadas no país incluem A Odisseia, Viagem ao Centro da Terra, As Mil e Uma Noites e Guerra e Paz, todas impressas em papel couché e com capa dura de alta qualidade.

Tendo lido o texto original em francês há muitos anos e recordando as dificuldades que enfrentei, confesso que imaginei que uma versão em quadrinhos de Os Miseráveis seria ou uma traição ao original ou uma leitura entediante. Não me entendam mal: adoro o livro de Hugo, mas seu estilo inclui longas digressões que não avançam a trama, o que torna a narrativa por vezes lenta. Um exemplo clássico é o detalhado relato sobre a construção do sistema de esgoto de Paris, que serve para ambientar a passagem de Jean Valjean carregando Marius. Há também as extensas descrições sobre a Batalha de Waterloo, religião e outros temas. Se os quadrinhos seguissem esse caminho, certamente perderiam o ritmo.

Felizmente, a adaptação feita por Daniel Bardet evita essa armadilha. Embora Jean Valjean seja o protagonista, ele às vezes parece coadjuvante diante da profusão de personagens e fatos históricos presentes no original. Bardet opta por eliminar sem hesitar essas digressões, ao mesmo tempo em que explica os cortes na seção de anexos da obra. Dessa forma, o espírito da narrativa é preservado, mas com muito mais fluidez — algo pouco comum em obras de Victor Hugo, mas que funciona bem no universo dos quadrinhos.

Mesmo assim, a história pode ser difícil de acompanhar, especialmente no começo, quando vemos Jean Valjean roubando do bispo, sendo preso e depois prometendo se tornar um homem melhor. Os diálogos nem sempre são tão naturais quanto poderiam, talvez por conta do esforço em manter a fidelidade ao texto original, e a presença constante de um narrador pode parecer artificial e um pouco forçada.

Por outro lado, os desenhos de Bernard Capo são bastante detalhados e belos, conferindo uma atmosfera clássica à obra. Embora não haja experimentação na estrutura dos quadrinhos, a composição dos quadros é eficiente, e os rostos dos personagens possuem traços marcantes que facilitam sua identificação.

Em resumo, vale a pena conferir a versão em quadrinhos de Os Miseráveis. Para quem se sente intimidado pela extensão do livro original, ou para aqueles que, como eu, preferem não reler o texto completo, essa adaptação é uma excelente alternativa para mergulhar na história de Victor Hugo.

Perguntas Frequentes:
1. Quais são as principais diferenças entre a versão em quadrinhos de Os Miseráveis e o livro original de Victor Hugo?
– A adaptação em quadrinhos feita por Daniel Bardet elimina as longas digressões presentes no livro original, como as descrições detalhadas da construção do sistema de esgoto de Paris e a Batalha de Waterloo, focando na fluidez da narrativa. Embora mantenha o espírito da obra, a versão em quadrinhos simplifica a história para facilitar a leitura, especialmente para quem pode se sentir intimidado pelo texto original.

2. Como é a qualidade artística e a fidelidade ao texto original na adaptação em quadrinhos de Os Miseráveis?
– Os desenhos de Bernard Capo são detalhados e belos, com traços marcantes que ajudam na identificação dos personagens e conferem uma atmosfera clássica à obra. Apesar dos diálogos às vezes parecerem pouco naturais e da presença constante de um narrador que pode parecer forçado, a adaptação busca manter a fidelidade ao texto original, explicando os cortes na seção de anexos.

3. Onde a versão em quadrinhos de Os Miseráveis foi publicada e qual é o objetivo da coleção em que ela está inserida?
– A versão em quadrinhos de Os Miseráveis foi publicada no Brasil pela editora L&PM, integrando a coleção Clássicos da Literatura em Quadrinhos, apoiada pela UNESCO. O objetivo dessa coleção é tornar grandes títulos da literatura mundial mais acessíveis ao público por meio do formato dos quadrinhos, facilitando o contato com essas obras.

O que você vai encontrar
  • Nenhum índice disponível.