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Análise Crítica do Filme Critica Cinco Cameras Quebradas: Vale a Pena Assistir?

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O documentário Cinco Câmeras Quebradas apresenta uma proposta envolvente, cujo impacto pode até superar a simplicidade aparente de sua sinopse: ele retrata a resistência pacífica de um vilarejo palestino na Cisjordânia diante da ocupação israelense, a partir do olhar de um fazendeiro local. Além de abordar com inteligência uma questão extremamente complexa, o filme também possui uma conexão interessante com o Brasil.

A história começa em 2005, quando Emad Burnat, agricultor da vila de Bil’in, compra sua primeira câmera de vídeo para registrar o crescimento de seu quarto filho, Gibreel. Na mesma época, começam a surgir os muros que delimitam os assentamentos israelenses na região, tomando parte das terras férteis e destruindo as oliveiras que cercam o vilarejo.

Enquanto acompanha a infância de seu filho, Emad passa a filmar os protestos pacíficos de amigos e vizinhos contra a construção do muro. A evolução de Gibreel contrasta com o aumento da tensão causada pela perda das terras e pela mobilização local.

Além do passar do tempo, evidenciado pelo crescimento da criança e pelos manifestantes, as câmeras de Emad vão sendo destruídas uma a uma, sempre de forma violenta. Cada equipamento resiste por cerca de um ano até ser danificado irreparavelmente por quedas ou disparos.

Como espectadores, somos levados a participar da narrativa calma e equilibrada de Emad. Mesmo nos momentos difíceis, ele não abandona sua câmera. Quando isso é impossível, amigos ou o co-diretor Guy Davidi, um judeu que entrou no projeto em 2009, ajudam a continuar as filmagens. Davidi foi fundamental para transformar o material inicial em um “auto-documentário”, complementando com cenas externas para dar contexto à história.

A cada ano, Gibreel se torna mais consciente da realidade que o cerca, enquanto a repressão do exército israelense se intensifica, com invasões noturnas, prisões de jovens e mortes chocantes registradas pelas lentes de Emad. O filme também apresenta outros personagens além da família, embora não se proponha a ser imparcial. Os diretores expressam claramente suas visões, mostrando o que testemunharam, o que pode não corresponder exatamente a uma verdade absoluta, mas transmite uma mensagem poderosa.

Para os brasileiros, há uma identificação especial: Soraya, esposa de Emad, é brasileira ou viveu por muito tempo no país, e vários elementos em sua casa remetem ao Brasil, como um adesivo em uma das câmeras, a porta pintada com as cores da bandeira verde e amarela e as roupas das crianças. No entanto, essa conexão se limita a esses detalhes, pois a realidade de Bil’in é muito diferente da nossa.

O documentário mostra uma luta diária, com protestos organizados semanalmente envolvendo grande parte da comunidade, que resiste ao que vê como injustiça sob seus olhos. O sofrimento de Bil’in é imenso, mas seus moradores nunca se acomodam; continuam firmes na busca por seus direitos e justiça. Essa determinação pode servir de inspiração para nós brasileiros, que muitas vezes nos mostramos passivos diante da corrupção e dos problemas do país. Se um vilarejo pequeno consegue resistir assim, imagine o que uma nação de 200 milhões poderia fazer.

Documentários como Cinco Câmeras Quebradas não apenas abordam um tema político específico, mas também funcionam como um chamado para quem deseja transformar realidades injustas. É fácil assistir aos problemas pelo conforto da televisão; agir nas ruas, com convicção, demanda muito mais coragem e esforço.

Cinco Câmeras Quebradas é uma obra marcante, que merece o reconhecimento que recebeu, incluindo sua indicação ao Oscar de 2013 na categoria Melhor Documentário em longa-metragem.

Perguntas Frequentes:
1. Qual é a principal temática do documentário Cinco Câmeras Quebradas?
O documentário retrata a resistência pacífica de um vilarejo palestino na Cisjordânia diante da ocupação israelense, acompanhada pelo olhar do agricultor Emad Burnat, que registra os protestos e os impactos da construção do muro em Bil’in.

2. Como a conexão com o Brasil aparece no filme Cinco Câmeras Quebradas?
A conexão se dá principalmente pela esposa de Emad, Soraya, que é brasileira ou viveu muito tempo no Brasil. Elementos da cultura brasileira aparecem em sua casa, como um adesivo em uma das câmeras, a porta pintada com as cores da bandeira verde e amarela, e as roupas das crianças.

3. Qual foi o reconhecimento internacional recebido pelo documentário Cinco Câmeras Quebradas?
O filme foi indicado ao Oscar de 2013 na categoria Melhor Documentário em longa-metragem, destacando-se como uma obra marcante sobre um tema político e social complexo.

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