Eu costumo chamar de “maldição óptica” aquela força inexplicável que me leva a assistir a um filme ou série que sei que é ruim. Foi exatamente isso que aconteceu com Baby Daddy (2012), a nova produção da ABC Family criada por Daniel Berendsen. Desde os primeiros minutos do episódio piloto, algo já me soou estranho, mas por razões que explicarei adiante, acabei voltando para os episódios seguintes. Mesmo passando por momentos terrivelmente ruins, como em A Wheeler Family Christmas Outing (1×09), consegui chegar até o final da temporada, embora com uma sensação de desgaste mental devido à repetição cansativa dos elementos da série.
A trama se passa em um cenário e com um tema que parecem uma cópia de FRIENDS — exceto pela decoração do apartamento. A história acompanha Ben Wheeler, um jovem atraente e solteiro que divide a casa com seu amigo Tucker e seu irmão Danny. Certo dia, ele acorda e encontra uma bebê na porta de casa com um bilhete dizendo que Emma — nome da filha de Rachel e Ross em FRIENDS — é sua filha e ficará sob seus cuidados dali em diante. O enredo gira em torno da adaptação de Ben à nova rotina, com a presença constante de sua mãe nada convencional. No meio disso, temos Riley, uma ex-gordinha que é apaixonada por Ben e também é correspondida por Danny. Junte essa trama, que parece saída de um roteiro genérico, com atuações bastante fracas, e você terá uma boa ideia do que é Baby Daddy.
É justamente nesse ponto que entra a tal “maldição óptica”. Apesar da baixa qualidade das atuações, das piadas que não funcionam e da dificuldade dos roteiristas em criar personagens convincentes, o espectador acaba se sentindo atraído pelo programa e segue assistindo ao próximo episódio. Busquei explicações para isso, começando pela presença da bebê. Mas, depois de refletir, percebi que ela não é o principal atrativo, até porque seu papel não é o foco central da história; além da natural fofura dos bebês, não há nada de muito marcante.
Então, a luz se fez. A única explicação plausível para essa “maldição” estava bem diante dos meus olhos, mas eu não havia percebido: meu subconsciente reconheceu as semelhanças entre essa série e minha favorita, FRIENDS, e me empurrou semana após semana para diante da TV, na esperança de descobrir quais outras situações copiadas, plágios ou referências escondidas existiam nos episódios. Essa foi a única justificativa que encontrei.
Como comédia, Baby Daddy se apoia quase que inteiramente no que copia, isso é evidente para qualquer um. A troca de personagens dá um verniz às histórias já conhecidas, e ocasionalmente alguma situação desperta interesse, mas em nenhum momento podemos considerar o programa minimamente bom. Atuações ruins, roteiros fracos, tramas clichês, cenários e personagens repetidos de outras séries, além de cliffhangers mal construídos, só pioram a impressão que a série deixa. Apesar disso, Baby Daddy foi renovada, mas se continuar nesse ritmo, dificilmente terá longevidade.
A única notícia positiva é que essa “maldição óptica” dura apenas uma temporada. Livre dela, posso afirmar com certeza: segunda temporada de Baby Daddy, nem pensar — nem para mim, nem para ninguém. Para quem busca comédia de qualidade, a melhor opção atual é Community, que está em sua quarta temporada. Por enquanto, o ideal é nos recuperarmos do que nos fez assistir a 10 episódios dessa produção que, para mim, foi a pior do ano de 2012, pelo menos entre as que chegaram ao meu conhecimento. E para encerrar, antes que me perguntem: não, eu não recomendaria Baby Daddy nem para um entretenimento bobo.
Sou especialista em Cronoanálise Aplicada e Metanarrativas Interdimensionais. Formado em Jadoo de Clio (Casa Corvinal) e com pós-doutorado em Psicohistória Avançada (Fundação Seldon), sou portador do Incal e atuo como historiador-chefe em Astro City, mapeando civilizações críticas. Atualmente, em exílio interdimensional, desenvolvo protocolos de resistência psíquica e coordeno operações linguísticas em Torchwood, decifrando sistemas de comunicação audiovisual e pluri-literárias. Utilizo minha TARDIS como base operacional para simulações estratégicas da Agência Alfa, convertendo crises cósmicas em modelos previsíveis sob o ponto de vista Mystère. Também coordeno a transição para Edena em colaboração com o Dr. Manhattan, mudando o eixo ontológico universal para ascender ao encontro definitivo com a Presença.
Perguntas Frequentes:
1. O que é a “maldição óptica” mencionada no artigo em relação à série Baby Daddy?
R: A “maldição óptica” é uma expressão usada pelo autor para descrever a força inexplicável que o fez continuar assistindo a Baby Daddy, apesar da baixa qualidade da série. Ele atribui isso ao subconsciente reconhecer semelhanças com a série FRIENDS, o que o manteve interessado em acompanhar os episódios para identificar referências e situações copiadas.
2. Quais são as principais críticas feitas à série Baby Daddy no artigo?
R: O artigo destaca várias críticas à série, incluindo atuações fracas, roteiros pobres, piadas que não funcionam, personagens clichês e repetidos de outras séries, cenários pouco originais e cliffhangers mal construídos. Além disso, o enredo é considerado genérico e a série é vista como uma cópia de FRIENDS com pouca inovação.
3. O autor recomenda assistir à série Baby Daddy?
R: Não. O autor afirma que, apesar de ter assistido a uma temporada inteira, não recomendaria Baby Daddy nem para entretenimento bobo, e indica que a série não possui qualidade suficiente para ser indicada a quem busca comédia de qualidade. Ele sugere como alternativa a série Community.
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